“Chegou o dia de ela dar à luz, e teve o seu Filho primogênito.”
- Lc 2, 7
Depois de todo um período de preparação,
nominado advento, finalmente chegamos ao Natal. Uma data um tanto quanto
conhecida e festejada por muitos. Mas afinal, qual o seu sentido? Suas origens?
O que celebra? É o que veremos a partir de agora.
As origens do dia 25 de dezembro, vem de uma
festa pagã em homenagem ao deus persa chamado Mitra, popular em Roma. As
comemorações aconteciam durante o solstício de inverno, o dia mais curto do
ano. Depois, os romanos aproveitaram e “cristianizaram” a data, comemorando o
nascimento de Jesus (pela primeira vez no ano 354). Tudo isso são razões
históricas, meramente informativas. Independentemente de data simbólica ou não,
o natal traz consigo uma espiritualidade, um mistério a ser celebrado.
A palavra “natal” em português, deriva do
latim: “nātālis”, que por sua vez,
deriva do verbo “nāscor”, que significa
nascer. É, portanto, celebrado o nascimento de Jesus Cristo. Todo o mistério
gira em torno de um menino, que encarnado em nosso meio, é símbolo de
humildade, sabedoria, tumultos, revoltas, mas sobretudo, de redenção. Nós
contemplamos o nascimento do nosso Salvador. Celebramos o nascimento, mas já em
vistas da sua paixão, morte e ressurreição. Tudo isso é de fato, contemplar,
viver e celebrar o Mistério do Natal.
É confortante saber que o Messias esteve
presente em nosso meio, pisando por essas terras, realizando milagres e
perdoando pecados. Deus é tão amoroso conosco, que deu seu Filho único em
justificação dos nossos pecados, porque “o homem caiu miseravelmente, e Deus
desceu misericordiosamente” (Santo Agostinho).
Nesse sentido, a mistagogia desse mistério
nos remete à reflexão de vida: mudança de sentimentos e atitudes. Jesus
encarnado que nasceu numa manjedoura, em Belém da Judeia, a cada natal nasce de
novo em nosso coração. Para tal, é preciso que estejamos fieis aos conceitos
evangélicos, abertos aos propósitos da santidade e propensos a dizer como Maria
na anunciação: “Eis aqui o servo do Senhor, faça-se em mim a vossa vontade”.
Assim, o Natal nos traz um profundo sentido da vinda de Deus, que trouxe a
certeza de que Ele não somente conduz a história da humanidade, mas também,
participa dela, caminhando ao nosso lado.
Relata-nos a Sagrada Escritura, de modo
particular no evangelho segundo São Lucas, que o menino nascera em ambiente
pobre, numa manjedoura, para ser exato, porque não havia outro lugar para ele nascer.
E nós, estamos preparados para acolher Jesus na manjedoura do nosso coração?
Jesus tem espaço para habitar nossa casa, nossa família?
Sejamos verdes de esperança como a árvore de
natal. Sejamos cheios da Luz divina como o pisca-pisca. Sejamos reflexo de
Jesus como o presépio. E dessa forma, portanto, certamente viveremos o mistério
natalino como bons cristãos.
Assim seja.