Solenidade da Epifania do Senhor | Reflexão

EPIFANIA DO SENHOR DO NATAL | Solenidade

Is 60,1-6 | Sl 71(72),1-2.7-8.10-11.12-13 (R. cf. 11) | Ef 3,2-3a.5-6 | Mt 2,1-12


Amados irmãos, o termo Epifania deriva do grego e significa manifestação, isto é, nesta festa celebramos a manifestação de Jesus como luz do mundo, por isso, é como se fosse uma extensão ainda do Natal.

“As nações de toda terra hão de adorar-vos, ó Senhor”, é o convite do salmista, e também de todos nós: PARA TODOS! Ora, é este o mistério que a segunda leitura propõe e que também se celebra na Epifania: “os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho” (Ef 3,6). Isto é, Cristo nasce igualmente Salvador para todos.

No evangelho, vemos isso claro com os reis magos vindos do Oriente, que não sabemos ao certo suas crenças, mas dizem que eram homens estudiosos de astrologia, e justamente por isso, perceberam uma estrela diferente no céu, que brilhava tão forte a ponto deixarem tudo para segui-la.

Os reis encontram a manifestação do amor de Deus na simplicidade do brilho de uma estrela. Sim, simples para eles, porque era o que eles faziam: olhar e estudar as estrelas, nada mais. E, no entanto, eles perceberam que ali havia algo de extraordinário em algo que era ordinário na vida deles. E nós, homens e mulheres do século XXI, enxergamos as manifestações diárias de Deus em nossa vida? Nós pensamos em milagres apenas no que diz respeito às coisas grandiosas. Nós olhamos para o céu pedindo um milagre, mas não percebemos que tudo e todos ao nosso redor são milagres, porque o costume da rotina nos cega!

E quando o costume nos cega, fazemos a mesma pergunta de Herodes: “Onde está Deus? Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?” (Mt 2,2). Fazemos essa pergunta porque não nos damos conta da manifestação do Senhor em nosso meio, no dia-a-dia, no irmão, na comunidade, no trabalho, na família ou no estudo.

Este fato nos leva a perguntar: no mundo atual existem sinais que apontam para Deus? A estrela provocou os magos de tal maneira que eles saíram de si mesmos, se desacomodaram, colocando-se a caminho e sendo atraídos pela estrela, até encontrarem o menino Jesus. Hoje, existe algo que provoque as pessoas, de forma a atraí-las para Deus?

São João Crisóstomo disse, no século IV, que “os magos viram a estrela porque estavam no caminho e não seguiram o caminho porque viram a estrela”. Isto significa que eles estavam abertos para os sinais da manifestação; estavam à procura do Salvador; estavam em saída! Não sabemos se realmente eram somente 3 reis ou se tinha mais, o que o evangelho quer nos mostrar é que, guiados por uma estrela, enfrentaram desafios geográficos e humanos, para se encontrarem com a Sagrada Família, em Belém, oferecendo ao menino os presentes e retornando para casa por outro caminho.

O que aprendemos? Que todo encontro de amor com Cristo nasce da iniciativa de deixar nosso comodismo e seguir os sinais. A manifestação se dá porque é necessário um encontro de amor. E depois do encontro tem o gesto dos presentes.

Nos três presentes, a tradição da Igreja viu representados três aspectos do mistério de Cristo: O ouro indica a realeza de Jesus; o incenso, a sua divindade, e a mirra, o mistério da sua Paixão. Mas também nos mostra que devemos presentear Jesus com ouro, incenso e mirra: o ouro significa o que nós temos de mais precioso; o incenso, o que nós temos de mais sagrado; e a mirra, o que nós temos de mais humano.

Assim, o encontro com Jesus foi tão forte que os magos já não voltaram os mesmos. Partiram por outro lado. E nós, depois de testemunharmos a Cristo, pela eucaristia, somos chamados a percorrer caminhos diferentes, caminhos de amor, verdade, justiça e paz.

Enfim, irmãos, este é o processo de conversão: ENCONTRO – ENTREGA DE SI MESMO – CAMINHO DIFERENTE. Foi para isso que Deus se manifestou no seu filho Jesus, na noite de Natal.

Que o Espírito Santo nos ajude a entender e viver estas palavras. 

Assim seja! 

Luis Gustavo da Silva Joaquim

Seminarista da Diocese de Jaboticabal/SP.





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