Virgem Maria, mãe de Deus

 

VIRGEM MARIA, MÃE DE DEUS

Primeiro dia do Tríduo em louvor a Nossa Senhora do Carmo

 

1ª LEITURA: Gl 4,4-7

Irmãos: 4Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, 5a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. 6E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá - ó Pai! 7Assim já não és mais escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso, por graça de Deus.

 

EVANGELHO: Lc 2,15b-19

Naquele tempo, 15[...] os pastores disseram entre si: “Vamos a Belém ver este acontecimento que o Senhor nos revelou”. 16Os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. 17Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. 18E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. 19Quanto a Maria, guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração.

 

REFLEXÃO:

Houve um tempo em que existiu uma mulher, que era virgem, imaculada e prometida em casamento a um homem: seu nome era Eva. Sim, Eva era tudo isso, até a entrada do pecado no mundo, conforme o livro do Gênesis. No entanto, milhares de anos depois, Deus, em sua infinita misericórdia, dá um jeito, mesmo com a presença do pecado no mundo, e repete a história: faz existir uma mulher, virgem, imaculada e prometida em casamento a um homem. Desta vez, é Maria, que diferente de Eva, se curva aos projetos de Deus, dizendo “Fiat voluntas tua”. Como expressou a primeira leitura: “Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4,4).

No Evangelho proclamado ouvimos o relato do nascimento de Jesus na presença da família (Maria e José) e dos pobres (pastores). Afinal de contas, Lucas é o evangelista da misericórdia e da pobreza. Esse nascimento pôde acontecer graças ao sim de Maria. O sim que a tornou “Mãe de Deus”, isto é, o tema deste primeiro dia do nosso Tríduo. Portanto, Maria é Mãe de Deus, porque, por ação do Espírito Santo, concebeu, em seu seio virginal, e deu ao mundo Jesus Cristo, o Filho de Deus. Deus se fez matéria, e por isso quis uma “mater”, isto é, mãe no latim.

É como diz a poesia: “todo menino quer ser homem; todo homem quer ser rei; todo rei quer ser Deus; mas só Deus quis ser menino” (Leonardo Boff). E assim o quis, pela maternidade divina de Maria!

Aqui, temos a importância da colaboração humana na graça divina. Se quisermos que os projetos de Deus aconteçam em nossa vida não podemos ficar de braços cruzados, mas urge que estejamos dispostos a dar o nosso “fiat”, mesmo nas dúvidas. Ademais, podemos duvidar de tudo, menos de que Deus sempre quer o melhor para nós.

Ainda conforme o Evangelho de hoje, outra atitude desta mãe é de que, tudo guardava e meditava no coração. Ora, guardar e meditar no coração significa viver o silêncio. Mas viver o silêncio não é omissão, apatia, descompromisso ou semelhantes. Acontece que, vivendo em silêncio, deixamos que Jesus fale ao nosso coração. Num mundo tão agitado, com ruídos, sons e barulhos tão alto, pouco ouvimos a voz de Deus em nosso coração.

            Outrossim, numa sociedade imediatista, do fast food e da Internet 5G, somos impulsionados a responder as provocações no calor do momento, e quando nos damos conta de nós mesmos, já falamos o que não devíamos. Saber viver o silêncio de Maria é saber falar bem, mas calar-se também: o dom da temperança.

É preciso que, como no silêncio do coração de mãe, saibamos guardar a Palavra de Deus e ouvir as necessidades dos homens, concomitantemente. Somente assim, verdadeiramente, viveremos o projeto divino em nossa vida.

Peçamos o auxílio da Virgem do Monte Carmelo, padroeira da nossa Diocese de Jaboticabal. Afinal de contas, se ela é Mãe de Deus, é também nossa mãe; e por isso, não somos órfãos!

Assim seja.

Luis Gustavo da Silva Joaquim.



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