A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
por meio da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bílico-Catequética
apresentou no ano de 2021 um manual intitulado “Critérios e itinerários para a
instituição do ministério de catequista”. Trata-se de um documento muito breve que
pretende retomar o pedido do papa Francisco na Carta Apostólica em forma de Motu Proprio Antiquum Ministerium, do
mesmo ano de 2021.
Desse modo, de antemão, já podemos responder ao
questionamento que dá nome a esta postagem: vale a pena ser catequista? Sim!
Com toda certeza; justamente por este motivo, isto é, por valer a pena, que o Pontífice
decidiu dar o devido reconhecimento ministerial aos catequistas, ou seja, os
homens e mulheres que transmitem não somente a fé, mas a verdadeira experiência
com o Senhor, poderão receber, em um rito específico, a instituição no ministério
de catequista, impulsionando e potencializando a vocação que já realizam, com
alegria e disposição, no dia-a-dia das suas comunidades paroquiais.
[...] ser instituído como catequista significa
visibilizar para todos a confirmação do seu sim para um serviço
importantíssimo, mas que requer muita dedicação e esforço para testemunhar com
a própria vida a fé, a esperança e o amor [...] (CNBB, 2021, p. 16).
É de extrema importância a formação para aqueles
que receberão o ministério. E quando o documento fala de formação não reduz
somente à dimensão intelectual, mas sim, uma perspectiva integral e global da
pessoa: “humana, espiritual, teológica, pastoral, missionária...” (p. 22).
Posto isso, é mister que, para receber o ministério, o candidato:
a.
Seja escolhido pela
comunidade (pároco, coordenadores e agentes de pastoral);
b.
Tenha, no mínimo, 20
anos de idade;
c.
Participe do itinerário
formativo, além da atuação de, ao menos, cinco anos na catequese.
Ademais, é preciso observar algumas
considerações sobre o itinerário formativo dos catequistas instituídos:
a.
Ser catequista é, antes
de tudo, vocação. Portanto, é serviço e requer um constante trabalho de animar
e acompanhar os vocacionados ao ministério catequético.
b.
O ministério deve ser
tratado como uma missão e não um prêmio àqueles que se dispõem a passar por um
processo.
c.
É urgente na Igreja
atual, sobretudo a partir dos documentos conciliares, uma formação com
inspiração catecumenal.
d.
É necessário observar a
formação integral do catequista, incluindo a sua experiência eclesial, isto é,
a sua vida de comunidade.
e.
Estando nós em uma
sociedade totalmente digitalizada, urge dar atenção a esta realidade também
entre os nossos catequizandos e catequistas, fazendo um bom uso destes meios,
de modo que eles possam colaborar com o nosso crescimento espiritual e pessoal.
f.
Que a Escritura ocupe
sempre lugar privilegiado em nossos encontros, formações, palestras e
vivências.
g.
Não é possível
evangelizar sem levar em consideração a realidade de cada um. Desse modo, o
estudo e compreensão da Doutrina Social da Igreja é extremamente importante
para a formação dos catequistas, bem como assuntos de cuidados ambientais a luz
da Encíclica Laudato Si’.
h.
Ora, como já percebemos
que os documentos do magistério do Papa Francisco precisam estar presentes e
muito claros em nossas ações pastorais.
Enfim, é um documento bastante curto e direto. Recomendo
a leitura. No mais, só podemos afirmar que vale a pena ser catequista quando
compreendemos que somos vasos de barro, mas que este mesmo vaso de barro possui
o encardo de carregar uma preciosidade: o próprio Jesus Cristo Crucificad0 e Ressuscitado.
Os catequistas são responsáveis por fazer “exalar o perfume de Cristo” (2Cor 2,
15), portanto, vale a pena, contanto que estejamos também dispostos a sermos bem
formados para tal. Do contrário, estaremos transmitindo o nosso perfume, mas
não o de Cristo.
Sob a proteção do Altíssimo,
Assim seja.
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