II Domingo da Páscoa | Reflexão

 II DOMINGO DA PÁSCOA| ANO A

“Domingo da Divina Misericórdia”

16/04/2023

 

Queridos irmãos e irmãs, ainda é Páscoa da Ressurreição do Senhor! Cristo venceu a morte, aleluia! Por ser Páscoa, continuamos ouvindo, na liturgia, textos de aparições de Jesus ressuscitado.

No Evangelho de hoje (Jo 20, 19-31) fica claro como nós somos homens e mulheres desejosos da paz que vem de Deus. E Jesus, percebendo isso, depois de ressuscitado aparece aos discípulos e, por três vezes, deseja: “A paz esteja convosco” (v. 19. 21. 26). Ora, em tempos de ataques às escolas, altos índices de dengue, gente passando fome, desastres naturais etc, necessitamos de muita paz no coração para conseguirmos viver mediante tanta realidade de sofrimento e dor. Prova disso é que a paz que Jesus deseja aos discípulos é seguida do seu gesto de mostrar as marcas da cruz, porque, o fato de vivermos na paz não significa que as intempéries da vida desaparecerão. Do contrário: estar em paz significa estar em harmonia com o projeto do Ressuscitado em nossa vida e, ao mesmo tempo, passar pelas angústias da cruz.

Ademais, os discípulos estavam de portas fechadas por medo da perseguição, pois, poderiam ter o mesmo fim de morte que Jesus a qualquer instante. Nesse sentido, a paz é muito significativa para eles. Junto da paz, vemos a dimensão missionária do Ressuscitado: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio” (v. 21). Ele envia o sopro do Espírito Santo para animar e defender os apóstolos naquele momento de insegurança. Impelidos por este sopro do Espírito, recebido no batismo e confirmado na crisma, é que somos chamados a ser cristãos.

Outrossim, podemos dividir o texto do evangelho em duas partes, dois encontros: o dia da Ressurreição e oito dias depois do dia da Ressurreição. Ora, no primeiro encontro Tomé não está presente, e por isso que, o segundo encontro, pede para tocar as chagas a fim de acreditar. Nós caímos, muitas vezes, na tentação de julgar Tomé como sendo incrédulo. Todavia, mais que isso, Tomé é um homem que busca a verdade. Ele é o “dídimo”, isto é, o gêmeo do Senhor. Nesta sua busca, no entanto, é capaz de dizer a mais linda profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus”. Confessar que Jesus Cristo é o Senhor e Deus da nossa vida é uma verdadeira alegria. É a verdadeira fonte de paz.

Assim, o toque de Tomé tem muito a ver com os nossos toques, com nossas buscas, com nossas dúvidas. Perguntemo-nos: como temos tocado a eucaristia? Como temos tocado na Escritura? Como temos tocado nos irmãos? O que temos buscado na religião?

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O Evangelho termina afirmando que muitos outros sinais, dos quais não foram escritos, aconteceram. Peçamos hoje e sempre que Deus aumente em nós este dom: da fé. Que por ela, possamos discernir os sinais visíveis e também os invisíveis da graça de Deus em nossa vida, porque “bem-aventurados são os que creram sem terem visto” (v. 29).

Por fim, o papa São João Paulo II, no ano de 2000, decretou este dia como sendo o “Domingo da Divina Misericórdia”, a partir da experiência mística de Santa Faustina Kowalska. É sempre tempo de recordar, à luz do Ressuscitado, o que cantamos com o salmista: “Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom; eterna é sua misericórdia” (Sl 117(118), 1). Portanto, rezemos: pela sua dolorosa paixão e gloriosa ressurreição, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.

Assim seja!

 

Deus te abençoe!

Fraternalmente,

Luis Gustavo da Silva Joaquim.

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