V Domingo da Páscoa | Reflexão

 

5º DOMINGO DA PÁSCOA | ANO A

At 6,1-7 | Sl 32(33),1-2.4-5.18-19 (R. 22) | 1Pd 2,4-9 | Jo 14,1-12

 

EU SOU A IGREJA!

A liturgia deste final de semana nos convida a refletir sobre a Igreja. Tantas vezes ouvimos cristãos dizerem “eu sou da Igreja A” ou “eu sou da Igreja B”. Isto não basta! Ser “DA” é diferente de ser “A”. Jesus exige que sejamos a Igreja e não, simplesmente, esquentadores de banco. Acontece que, para compreender o que é ser Igreja, é preciso que compreendamos, antes, o que é a realidade pascal. Até porque, a Igreja surge a partir da Ressurreição.

E, nessa tentativa de explicar aos seus apóstolos a realidade da ressurreição, Jesus fala de um lugar, isto é, um caminho de salvação que chama de “casa do Pai” (Jo 14, 2), mas que não foi suficiente para o entendimento dos discípulos, por isso deixa mais claro mediante o apelo de Filipe e Tomé: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 6). Ora, Jesus tem essa capacidade de nos chamar para perto de si e mostrar que nós chegamos ao Pai somente por ele. Não se trata mais de uma questão temporal ou espacial, mas profundamente existencial.

Meus irmãos, isto é ser Igreja: não basta apenas frequententá-la; mas uma coisa completa a outra; eu vou à Igreja, porque antes, eu SOU Igreja. Esta deve ser a nossa forma de pensar, pregar e agir. Assim, sabemos que Jesus não indica o caminho, mas ele próprio é o caminho.

No fim das contas, quem é capaz de viver sendo Igreja, no modo de Jesus, fará também as obras que Jesus faz (Jo 14, 12): esta é a promessa! Isso significa dizer que nosso coração será inundado pela graça do Espírito à medida que nos abramos para reconhecer e viver a palavra do Ressuscitado.

Não à toa, a primeira leitura apresenta a instituição dos 7 primeiros (At 6, 5) diáconos no cristianismo primitivo. As obras, os serviços aos menos favorecidos e o auxílio aos pobres sempre foi prioridade de Jesus e, consequentemente, de sua Igreja. Se não for também a nossa conduta de cristãos, não estamos sendo Igreja corretamente.

Os Atos dos Apóstolos retratam a verdadeira família de Deus, isto é, uma comunidade santa, muito embora seja formada por homens e mulheres pecadores. Trata-se, de uma comunidade que testemunha o amor de Deus porque cada um se faz dom de Deus para o serviço aos irmãos.

Enfim, sendo a Igreja, como ouvimos na segunda leitura, formamos povo sacerdotal, isto é, alicerçados na “pedra angular” (1Pd 2, 6) que é Cristo, temos a missão de oferecer ao Pai o verdadeiro agradável culto, que é uma existência bem vivida na obediência ao seu projeto salvífico e no amor incondicional aos irmãos.

Que o Espírito Santo nos explique todas estas palavras.

Amém!

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