11º Domingo do Tempo Comum | Reflexão

 

11º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Ano A

Ex 19,2-6ª | Sl 99(100),2.3.5 (R. 3c) | Rm 5,6-11 | Mt 9,36-10,8

Se outrora o povo eleito de Israel era formado pelas 12 tribos, agora em Jesus Cristo, é formado o novo povo sacerdotal, isto é, os 12 apóstolos. Estes que foram eleitos, chamados pelo nome e enviados à missão para anunciar que o Reino está próximo.

Pronto: somente nesta pequena síntese do evangelho deste fim de semana já temos muito o que refletir em nossa vida. Ora, nós fazemos parte deste corpo apostólico uma vez que integramos a Igreja de Jesus Cristo. Sendo assim, nós somos, do mesmo modo, eleitos, chamados pelo nome e enviados para o anúncio do Reino. Para Deus, não somos um grupo de massa ou um amontoado de pessoas. Deus não ama a todos, mas ama a cada um; e isto faz toda a diferença!

Isto significa que não nascemos por acaso, mas para uma finalidade, como nos recorda Santo Inácio de Loyola, no principio e fundamento dos seus Exercícios Espirituais: “o homem é criado para louvar, reverenciar e servir a Deus Nosso Senhor” (EE, 23). Assim, fomos escolhidos, amados por primeiro e chamados pelo nome. Basta lembrarmos do nosso batismo, em que, fomos admitidos à filiação divina pelo nome, e não como um “Zé ninguém”.

Anunciar que o Reino está próximo é com a vida: não é dizer que o Reino está chegando, mas já é aqui e agora! Nas alegrias e nas tristezas Deus se faz presente e continua, constantemente, nos chamando para a missão, para a vida, para o serviço.

Por isso que na segunda leitura (Rm 5, 6-11), São Paulo nos recorda o valor salvífico de Cristo na cruz por cada um de nós. Assim, tendo consciência do que ele fez por nós, também estejamos dispostos a fazer, em nome dele, pelos irmãos. Se por ele fomos reconciliados, o que nos falta para nos reconciliarmos uns com os outros? Esta é a principal questão que a leitura nos leva a refletir.

Em nossas comunidades paroquiais, sentimos na pele o que disse Jesus: “a messe é grande, mas os trabalhadores são poucos” (Mt 9, 37). Sentimos na pele cada vez que precisamos organizar uma pastoral, um movimento, uma reunião, um encontro ou até mesmo uma visita social. O trabalho em prol do Reino é grande, mas cada vez menos temos pessoas dispostas a acolher a eleição, o chamado e o envio do próprio Deus. As razões para a escassez são tantas, e somente o que pode reverter essa situação é o profundo e verdadeiro encontro de duas liberdades: daquele que chama (Deus), para com aquele que é chamado (cada um de nós).

Enquanto estivermos de ouvidos e coração endurecidos e fechados para o chamado, continuaremos com agentes de pastoral “cansados e abatidos, como ovelha sem pastor”. Peçamos trabalhadores para a colheita e tomemos consciência de que nossa vida é graça e missão, e, por isso, não pode ser desperdiçada com uma existência medíocre; mas seja, antes de tudo, uma vida doada a serviço do Reino através dos irmãos e da comunidade. Jesus continua nos chamando, e qual tem sido a nossa resposta?

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