12º Domingo do Tempo Comum | Reflexão

 

12º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Ano A

Jr 20,10-13 | Sl 68(69),8-10.14.17.33-35 (R. 14c) | Rm 5,12-15 | Mt 10,26-33

 

Na liturgia da semana passada tomamos consciência de que somos escolhidos, chamados pelo nome e enviados para a missão. Hoje, somos chamados a olhar um pouco para o modo dessa missão a qual fomos escolhidos e chamados. Como é viver sendo discípulo e discípula de Jesus?

É fato que a nossa vida não é um mar de rosas. Já dizia Guimarães Rosa que “a vida é um rasgar-se e remendar-se”. Aliás, nem mesmo as ditas “vidas perfeitas” que alguns pintam em suas redes sociais são tão perfeitas assim. Para tanto, vemos na primeira leitura o desabafo de Jeremias, o profeta sofredor, que experimenta a perseguição, a solidão e o abandono por causa da Palavra de Deus.

E nós, cristãos e cristãs do século XXI, não somos diferentes. Muitas vezes provamos da amargura, da rejeição, do sofrimento e até mesmo da perseguição por causa de nossa fé. Contudo, Jeremias não deixa de confiar em Deus e de anunciar, com amor e fidelidade, o projeto divino para todos. Esta é a nossa meta: mesmo cansados, sofrendo, perseguidos, rejeitados, maltratados, somos chamados a corresponder com a missão para qual vivemos, isto é, anunciar o Reino de Deus.

Como é difícil anunciar em nossas pastorais e movimentos: faltam pessoas para o trabalho, alguns dos que estão não querem compromisso, jovens que crismam e desaparecem da Igreja etc. Meus irmãos, quando olhamos para tantas e tantas dificuldades pastorais, realmente dá vontade de não mais anunciar e deixar tudo e todos; mas fazemos o que fazemos por vocação! Fazemos o que fazemos porque somos escolhidos, chamados e enviados para isso... mesmo diante tanta dificuldade e perseguição.

Portanto, é verdade que nossas perseguições não são as mesmas que as perseguições da igreja primitiva, mas ainda sim, as temos. O próprio Jesus, no evangelho, nos adverte por três vezes: “não tenhais medo”. Mas há um cuidado a tomar com isso, pois, esta advertência de Jesus não é para que ajamos no impulso ou no “calor do momento”, tentando resolver todos os problemas do mundo como se fôssemos o Super-homem ou a Mulher-maravilha. Antes, Jesus adverte para que, mesmo com as dificuldades do nosso tempo, tenhamos perseverança e fidelidade.

E por que não devemos temer? Simplesmente porque ele nunca nos abandona; ele conhece o nosso coração; ele conta os fios de cabelo de nossa cabeça; para ele, nós valemos muito mais que pardais... enfim, “Jesus Cristo derramou abundantes graças em todos nós”, foi o que ouvimos na segunda leitura. Ele é Deus cheio de ternura e compaixão.

Irmãos, que diante de tantas dificuldades, não deixemos de anunciar o Reino de Deus com a nossa vida. Sejamos nós, os discípulos e discípulas conscientes de que somos amados por Deus por isso, jamais seremos abandonados. Do mesmo modo, não abandonemos os nossos irmãos que sofrem; não nos abandonemos a nós mesmo, porque nós valemos mais que muitos pardais. Dizia Santo Agostinho: “quer saber quando você vale? Olhe para a cruz, você vale um Deus crucificado”.

Assim seja.

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