Solenidade do Sagrado Coração de Jesus | Reflexão

 

SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

Dt 7,6-11 | Sl 102(103),1-2.3-4.6-7.8.10 (R. 17) | 1Jo 4,7-16 | Mt 11,25-30


“Meu coração se expandirá para espalhar abundantemente os frutos de seu amor sobre aqueles que me honram.”

(Santa Margarida Maria Alacoque)

 

Nesta sexta-feira a Igreja celebra a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. De antemão, é preciso uma breve contextualização histórica desta festa, chamada de “a festa do amor de Deus em Jesus”. Esta festa é, de fato, uma construção histórica. Desse modo, desde o período patrístico os sinais da água e do vinho remetem ao sacramento do Batismo e da Eucaristia. Não à toa, a Igreja nasceu do lado aberto de Cristo na Cruz, que escorria água e sangue. Assim, sempre houve, desde a Igreja primitiva, certa devoção e piedade a estes símbolos.

A festa, propriamente dita, do Coração de Jesus foi celebrada pela primeira vez em 20 de outubro de 1672, pelo padre São João Eudes (1601-1680), fundador da Congregação de Jesus e Maria.

Ademais, as revelações de Santa Margarida Maria Alacoque (1675) contribuíram para a difusão dessa devoção. A partir de 1673, a santa começou a receber visitas de Jesus que lhe pedia uma devoção particular ao Seu Sagrado Coração. Este, aparecia “radiante como um sol, com uma chaga adorável, rodeada de espinhos e encimado por uma cruz, deitado sobre uma trono de espinhos”. É, portanto, a imagem representativa que temos hoje do Sagrado Coração de Jesus.

Foi o Papa Pio IX que, em 1856, estendeu a festa a toda a Igreja. Ademais, vale ressaltar que, em 1899, o papa Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus.

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Feita a devida contextualização, vamos ao evangelho do dia.

Sabemos que “Deus é amor”, por isso o seu jugo é suave e seu fardo é leve (Mt 11, 29). Esse Deus-amor nos propõe um projeto que só pode ser fundado também no amor, isto é, não podemos ficar indiferentes mediante tanta realidade sofrida a nossa volta, pois o amor transcende e nos torna solidários uns com os outros. Assim, o amor de Jesus deve ser o combustível para o nosso amor com os pequeninos. Afinal de contas, a sua graça foi escondida dos sábios e doutos e revelada aos pequenos (Mt 11, 25).

Contudo, de modo algum este trecho do evangelho pretende menosprezar aqueles que estudam ou se dedicam, mas quer dizer que a arrogância e autossuficiência não combinam com o Reino de Deus. Em outras palavras, somente quem se faz servo, pequeno, simples, buscador da verdade de Cristo e praticante do amor divino é capaz de acolher a tua graça, o teu perdão e a tua misericórdia.

Ao olhar para uma imagem do Sagrado Coração de Jesus, podemos nos perguntar: por que o seu coração está para fora? A resposta é só uma: porque muito ama; a tal ponto de extrapolar os limites do corpo e pulsar para fora, de tanto amor. É preciso, portanto, que amemos assim. Como dizia Santo Agostinho, “a medida do amor é amar sem medidas”.

Que a festa do Coração de Jesus seja a festa do amor. Sintamos, vivamos, amemos. Assim seja!

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