32º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Ano A
Sb 6,12-16 | Sl 62(63),2.3-4.5-6.7-8 (R. 2b) | 1Ts 4,13-18 | Mt 25,1-13
“Vigiai e estai preparados, porque,
na hora em que não pensais, virá o Filho do homem.”
Amados irmãos e irmãs, estamos terminando o “ciclo
A” do ano litúrgico e o tema deste fim de semana é a sabedoria em vida e a vigilância
em vistas da segunda vinda de Cristo. Ora, constantemente rezamos na profissão
de fé: “creio em Jesus Cristo... donde há de vir para julgar vivos e mortos...”
Isto nos remete à clássica pergunta: Quando Jesus voltará? As leituras de hoje
nos ajudam nesta compreensão.
Antes, uma contextualização: no tempo de Jesus, as
festas de casamento aconteciam um pouco diferente do que conhecemos hoje. Os ritos
matrimoniais judaicos eram um pouco mais extensos e complexos. Normalmente, o
noivo ia buscar a noiva na casa dos seus pais, para somente então, seguirem à
festa com danças e cantos, chegando ao destino final que era a casa dos
recém-casados.
Contudo, antes de o noivo buscar sua amada, era
comum passar na casa dos parentes da noiva para combinar as exigências e os
presentes que ofereceria à família. Eram verdadeiras negociações, haja vista que,
a família estaria concedendo o que eles têm de mais precioso na família: a
própria filha.
É nesse contexto que se encontra a parábola do
evangelho de hoje. Jesus retoma esta realidade tão comum em seu tempo para
falar do modo como nós, cristãos, devemos esperar o noivo no fim dos tempos.
Sendo assim, a parábola apresenta dez virgens que
significam a totalidade do Povo de Deus. Estas esperam ansiosamente a chegada
do noivo, isto é, o próprio Jesus. Todavia, uma parte desse povo, que está
representada nas virgens previdentes, está preparada com o azeite em sua lamparina
e, outra parte, representada pelas imprevidentes, não está preparada, pois lhe
falta o azeite e, por isso, o fogo de sua lamparina acabou.
Em uma leitura espiritual, o azeite, que alimenta a
chama da fé é o Evangelho, e a lamparina é a nossa própria vida. Significa que estaremos
esperando, corretamente, a volta de Jesus se praticamos o Evangelho em nossa
vida. Sem a vivência da Boa Nova de Jesus, a nossa vida se acaba, assim como
cessa o fogo da lamparina sem azeite. Nesse sentido, estar preparado para
acolher o Senhor (noivo) que vem, significa viver, diariamente, a fidelidade
dos seus ensinamentos e sempre comprometidos com os valores do seu Reino: amor,
justiça, fraternidade.
Assim, a principal mensagem de Mateus, em relação à
volta de Jesus é: nós, cristãos, não podemos deixar de lado a vigilância e
enfraquecer o nosso compromisso com os valores do Evangelho, pois, quando menos
esperarmos, o Senhor voltará para nos julgar.
Assim, é preciso que sejamos sábios, como afirma a
primeira leitura: “A sabedoria é encontrada por aqueles que a procuram” (Sb 6,
12). Sabedoria é dom gratuito de Deus para saber discernir e vigiar nossa vida.
O homem e a mulher sábios são aqueles que conformam a sua vida com o Senhor,
porque assim, quando ele voltar já estarão preparados. Assim, todo aquele que
aderir a Cristo nesta vida, “permanecerá com Ele para sempre” (1Ts 4, 17).
Irmãos, somente estaremos vigilantes em relação à
vinda do Senhor se aqui, nesta vida, buscarmos a Sabedoria que vem de Deus.
Enfim, não podemos afirmar uma data de quando será a
volta de Jesus, mas devemos ter consciência, sobretudo pela liturgia de hoje,
que mais do que saber o dia e a hora, é preciso que estejamos preparados a todo
instante. Que ele vem, é certeza, é verdade de fé; agora, sejamos nós os
protagonistas de uma história de verdadeiro encontro: enchamos com o azeite da
fé e do amor a lamparina da nossa vida.
Que estas palavras entrem no nosso coração e
transformem a nossa vida, hoje e sempre. Amém!
Luis Gustavo da
Silva Joaquim
Seminarista na Diocese de Jaboticabal/SP.
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