SOLENIDADE: JESUS CRISTO, REI DO
UNIVERSO| Ano A
Ez 34,11-12.15-17| Sl 22(23),1-2a.2b-3.5-6 (R. 1) | 1Cor
15,20-26.28 | Mt 25,31-46
“Pois
eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de
beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes;
eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar.”
(Mt
25, 35-36)
Nesta semana, encerramos o ano
litúrgico, neste ciclo A (do evangelista São Mateus). Justamente por isso, ou
seja, a fim de prepararmos o nosso coração e a nossa vida para celebrar a vinda
do Senhor (a primeira vinda, do Natal; e a segunda vinda, no fim dos tempos), a
liturgia deste dia nos fala do Reino de Deus; reino este cujo rei é Jesus
Cristo.
Contudo, é preciso compreender que o
reinado de Jesus é diferente do tipo de reinado monárquico que conhecemos hoje.
Não se trata de um soberano opressor com coroa de ouro e cetro real, mas um rei
humilde que foi coroado de espinhos no lenho da Cruz. Portanto, seu reinado é
de amor.
Desse modo, se nós, cristãos e cristãs,
quisermos fazer parte do reinado de Cristo, é preciso que busquemos este reino
de amor e justiça aqui e agora, no hoje da nossa história. Por isso, o
evangelho de Mateus nos coloca numa perspectiva escatológica (isto é, sobre o
fim dos tempos), em que Jesus, o rei da nossa vida, nos questiona sobre o tanto
que amamos o próximo, os pobres, os abandonados. Esta é a condição para fazer
parte das ovelhas e ouvir dele: “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como
herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo!” (v. 34).
A comunidade de Mateus, nas últimas
décadas do primeiro século vivia um período de desânimo, desinteresse com as
práticas da Boa Nova, e por isso, o evangelista descreve esta cena do juízo
final, a fim de incentivá-los a praticar o amor para com os irmãos como critério
de participação no reinado de Cristo.
Portanto, a questão decisiva é a atitude
de amor ou de indiferença para com os irmãos pequenos, que são os que se
encontram em situações dramáticas de necessidade: os que têm fome, os que têm
sede, os peregrinos, os que não têm que vestir, os que estão doentes, os que
estão na prisão. São para estes que Jesus veio, então são para estes que nós,
seus discípulos também viemos.
Enfim,
a liturgia de hoje exorta a todas as comunidades que negligenciam o amor aos
irmãos, isto é, todos nós que ainda vivemos na indiferença aos diversos sofrimentos
no mundo moderno: desemprego, luto, pobreza, fome, desmatamento, ignorância
etc. Quando nos omitimos, não participamos do reinado de Cristo, mas somos como
que cabritos, dignos de sermos chamados de malditos e conduzidos ao fogo
eterno. Mas ainda há tempo: este é o dia da nossa conversão, porque “por um
homem veio a morte, e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos.”
(2Cor 15, 21).
Que o Senhor nos ajude hoje e sempre.
Amém.
Luis Gustavo da Silva Joaquim
Seminarista
da Diocese de Jaboticabal/SP.
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