3º Domingo do Tempo Comum | Reflexão

 

3º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Ano B

Jn 3,1-5.10 | Sl 24(25),4ab-5ab.6-7bc.8-9 (R. 4a.5a) | 1Cor 7,29-31 | Mc 1,14-20

 

Queridos irmãos e irmãs, hoje celebramos o DOMINGO DA PALAVRA DE DEUS, instituído pelo Papa Francisco no motu proprio “Aperuit illis”, no ano de 2019. Já dizia São Jerônimo que “ignorar as Escrituras é ignorar o próprio Cristo”, por isso, aproveitemos deste dia para incentivar a leitura, oração e estudo com a Palavra de Deus em nossas comunidades, em nossas famílias e em nossos grupos de pastorais.

Há, na liturgia de hoje, uma palavra bastante repetida: TEMPO. Uma verdade vital é a de que o tempo está passando. Assim, se na semana passada fomos convidados a olhar para um Deus que, constantemente, nos chama, agora é preciso que saibamos da urgência de responder a este chamado para um caminho permanente de conversão, isto é, de mudança de mentalidade e de vida.

Na primeira leitura, vemos na experiência de Jonas a ordem do Senhor: “Levanta-te e põe-te a caminho” (Jn 3, 2). Estar levantado, de pé, é a atitude do Ressuscitado. Sendo assim, é atitude de vida, de atividade e de prontidão; depois, estar a caminho é sinônimo de disposição, generosidade e fidelidade. O convite não é somente para Jonas, mas para cada um de nós: Deus nos chama para não fazer desse tempo aqui nesta terra um tempo vão, mas para que, deixando de lado todo nosso comodismo, nossa indiferença e nosso fechamento de coração, transformemos este mundo ferido em um lugar mais justo, humano e fraterno.

Quando Jonas se pôs a fazer a vontade de Deus, anunciando o amor e a mudança de vida (conversão), o trabalho que era preciso três dias foi feito em um só dia. Somente pela força do Altíssimo que fazemos o que fazemos. Verdadeiramente, Deus nos surpreende em tudo, e somente nele que encontramos a força, o sustento e o motivo pelo qual devemos anunciar o Reino de Amor.

É por isto que no Evangelho, depois que João foi preso, Jesus foi pregar na periferia da Galileia, e não no centro de Jerusalém. Ele dizia: “Convertei-vos e crede no Evangelho!” (Mc 1, 15). Nosso testemunho também se dá junto aos menos favorecidos. Aos que tem menos: menos condições, menos espiritualidade, menos testemunho etc.

O anúncio da conversão para Deus deve acontecer no ordinário de nossa vida. Veja que Jesus chama os discípulos naquilo que eles estavam fazendo habitualmente: pescando. Mas Deus faz sempre mais e melhor, pois, se antes eles pescavam peixes, com Deus, pescariam pessoas. Deixaram tudo para seguir Jesus. É preciso que deixemos nossas vontades para realizar a vontade de Deus, porque “a vida é um instante entre duas eternidades” (Santa Teresinha do Menino Jesus).

Do mesmo modo, somos nós chamados a anunciar a conversão e o amor de Deus nas periferias existenciais de nosso mundo. Tantas pessoas ainda não conhecem a Deus porque nós não nos dispomos a anunciá-lo.

Enfim, quando nos faltarem as motivações necessárias e os caminhos certos para trilhar, rezemos como o próprio salmista: “Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, vossa verdade me oriente e me conduza!”. Só não fiquemos de braços cruzados enquanto ainda há muitos pobres, abandonados e esquecidos. “O tempo é só o presente” (Santo Agostinho).

            Que o Espírito Santo nos explique todas estas palavras. Amém.

 

Luis Gustavo da Silva Joaquim

Seminarista da Diocese de Jaboticabal/SP.

Comentários