3º DOMINGO DO TEMPO DA QUARESMA |
Ano B
Ex 20,1-17 | Sl 18(19),8.9.10.11 (R. Jo 6,68c) | 1Cor
1,22-25 | Jo 2,13-25
Queridos irmãos e irmãs, a liturgia
deste domingo quaresmal nos coloca diante de uma aliança feita por Deus com o
seu povo eleito. Trata-se dos mandamentos ou decálogo. Ora, parece algo arcaico
dizer hoje em dia de “mandamentos” ou “leis de Deus”. Parece que assim, Deus
quer tirar a nossa liberdade. E, no entanto, é justamente o contrário. Nós,
homens e mulheres pecadores que somos, precisamos de um mapa ou um GPS para permanecer
nos caminhos do Senhor. Quando Deus ordena seus mandamentos não quer encerrar a
nossa liberdade, mas quando seguimos os mandamentos, na verdade, nós é quem somos
guardados pelos mandamentos, isto é, nos caminhos de Deus. É, antes de tudo, um
ato de amor da parte do Criador.
Os quatro primeiros mandamentos tratam
da relação direta do povo de Israel com o seu Deus libertador para dizer que nada
nem ninguém deve ocupar o lugar que só a Deus pertence. Os outros seis tratam
de relações comunitárias, afinal de contas, foi todo um povo libertado do
Egito, isto é, “ninguém se salva sozinho”. É pelos mandamentos, portanto, que
Deus continuará guiando seu povo no caminho contínuo de libertação e salvação.
Acontece que nós vamos transformando os
mandamentos de Deus em mandamentos dos homens à medida que o que Deus pede não
nos agrada mais. Por isso os vendilhões do templo, no evangelho, achavam estar
fazendo o certo: porque houve uma deturpação das leis de Deus. Assim, aos fazer
um chicote e expulsá-los do templo, Jesus se apresenta como o Messias e anuncia
que chegaram os novos tempos, isto é, os tempos messiânicos. Os sacrifícios
oferecidos a Deus não são os animais, mas sim, um sacrifício espiritual, a
nossa própria vida ofertada livremente.
Jerusalém é onde o evangelista João
situa Jesus. Este é o lugar do sofrimento e da crucifixão. Realmente, a cruz é “escândalo
para os judeus e insensatez para os pagãos” (1Cor 1, 13), mas é o caminho de
salvação em vistas da Ressurreição. É este Cristo que seguimos e anunciamos. Não
é o cristo do comércio, dos shows, da riqueza etc. a nossa cruz diária é, sem
dúvidas, um caminho de santificação e libertação.
Contudo, reconstruir o templo em 3 dias significa
a própria Ressurreição de Cristo. É claro que ninguém compreendeu na hora; mas
nós que somos herdeiros da Ressurreição já podemos compreender! Por isso é
importante irmos ao templo participar dos ritos sacramentais, mas não basta. O verdadeiro
sacrifício é oferecer a própria vida a Deus, afinal de contas, Jesus “conhece o
homem por dentro” (Jo 2, 25).
Portanto, quem quiser encontrar Deus
deve aproximar-se de Jesus, tornar-se seu discípulo, abraçar o seu projeto de
Amor, seguir os seus passos, ainda que sejam passos rumo à crucifixão, mas
viver animado pelo Espírito Santo, com a certeza da Ressurreição
Que assim seja. Amém!
Luis Gustavo da Silva Joaquim
Seminarista
da Diocese de Jaboticabal/SP.
Muito linda e compreensível a sua reflexão Luis Gustavo!Aproveito uns detalhes para por na acolhida da missa de amanhã. Boa tarde e que Deus o abençoe!
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