2º Domingo da Páscoa | Reflexão

 

DOMINGO DA OITAVA DA PÁSCOA | Ano B

2ª Semana da Páscoa - Domingo da Divina Misericórdia

At 4,32-35 | Sl 117(118),2-4.16ab-18.22-24 (R. 1) | 1Jo 5,1-6 | Jo 20,19-31

 

OBS.: Neste fim de semana, celebramos a Festa da Divina Misericórdia. Em nível de curiosidade, esta festa foi instituída por São João Paulo II no ano de 2000, a fim de valorizar a experiência mística de Santa Faustina Kowalska. Neste domingo é possível, também, lucrar indulgencia plenária.

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Amados irmãos e irmãs, ainda é Páscoa! Que a certeza do Cristo Crucificado-Ressuscitado seja o sustento, a alegria e a esperança da nossa vida, Aleluia!

O Evangelho desta liturgia apresenta os discípulos que estavam fechados com medo dos judeus, na noite do dia da ressurreição, isto é, o domingo. Estavam literalmente “de portas fechadas” (Jo 20, 19). Jesus se achega, com seu corpo glorioso (ressuscitado), se coloca no meio deles e não diz nada além de desejar a paz por três vezes. Trata-se de um ato de perdão. Eles tinham medo; eram traidores porque deixaram Jesus sozinho com sua mãe e João, na hora de maior dor e sofrimento.

O número três, sabemos, é significativo: significa plenitude, graça de Deus. É um ato reconciliador. Ao desejar a paz Jesus não está cobrando nada deles, apenas perdoando-os pela infidelidade. Tanto é eterna a misericórdia de Jesus, que seu primeiro ato como ressuscitado é desejar a paz num gesto de perdão; de misericórdia. Ele morreu perdoando (“Ainda hoje estarás comigo no paraíso”; “Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem”) e ressuscita perdoando (“a paz esteja convosco”).

Vamos olhar um pouco a figura de Tomé: o dídimo, que significa gêmeo. Por que ele era gêmeo de Jesus? Ora, não fora ele o incrédulo, que duvidou? Em primeiro lugar, ele era o único que não estava trancado com medo junto dos demais discípulos. Ele era corajoso. Era um anunciador.

Somente ele foi capaz de dizer: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20, 28). Com esta afirmação ele declarou perante todos que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus. Aquele mesmo Jesus de Nazaré Crucificado é o Ressuscitado. Nós também duvidamos as vezes, mas não podemos permanecer em dúvida, precisamos confiar na graça e na misericórdia de Deus para que possamos também professar uma fé sincera e firme. O lado aberto que jorra a fonte de misericórdia precisa ser tocado por nós, como Tomé o fez. Tenhamos, portanto, a coragem de Tomé.

Somente oito dias depois, isto é, uma semana dali, estavam reunidos novamente para celebrar o Dia do Senhor e Jesus reaparece para tirar as dúvidas de Tomé. Isto significa que encontramos o Senhor Ressuscitado, de modo pleno, na comunidade reunida a cada Domingo. O lugar que, por primeiro, experimentamos o perdão e a misericórdia é a nossa comunidade. Saiamos do nosso comodismo e deixemos de lado pensamentos do tipo “rezo em casa”, “tenho fé, mas não preciso de igreja”. O próprio papa Francisco nos exorta na Fratelli Tutti que ninguém pode se salvar sozinho.

Por isso mesmo que esta é a festa da Divina Misericórdia: “Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; eterna é a sua misericórdia!” Onde habita a nossa miséria humana, somente a misericórdia divina pode transformar. Tempo pascal é o tempo, por excelência, de transformar as nossas mortes em vida abundante e eterna! A cruz agora faz sentido, porque a morte não tem a última palavra. A vida é que triunfa! Com esta certeza que a primeira comunidade cristã vivia com um só coração e uma só alma (Primeira leitura). Assim, se quisermos dar testemunho da ressurreição basta que tenhamos um coração misericordioso como o próprio Deus é misericordioso para com as nossas faltas.

“A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava como próprias as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum” (At 4, 32). Irmãos, Deus é muito generoso para conosco, por isso precisamos, em retribuição à sua infinita misericórdia, sermos misericordiosos uns com os outros. Não pode haver entre nós irmãos e irmãs que passem necessidade; ou, pelo menos, não deveria haver! Portanto, a misericórdia é isto: não é pesado ser para os ouros porque Cristo já foi por nós. Somos a Igreja da comunidade, das marcas da cruz e do ressuscitado.

Que o Senhor nos ajude, hoje e sempre. Amém.

           

Luis Gustavo da Silva Joaquim

Seminarista da Diocese de Jaboticabal/SP.

 

Comentários

  1. Anônimo6/4/24 23:08

    Parabéns por essa reflexão tocou fundo no meu coração é a mesma coisa que eu penso o Amor e a misericórdia de Deus é infinita continue firme na sua linda vocação Conte com minhas orações

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