11º Domingo do Tempo Comum | Reflexão

 

11º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Ano B

Ez 17,22-24 | Sl 91(92),2-3.13-14.15-16 (R. cf. 2a) | 2Cor 5,6-10 | Mc 4,26-34

 

Na primeira leitura, temos o contexto de um povo exilado, isto é, preso e escravizado na Babilônia. Ezequiel é o profeta que, também exilado com o povo, desperta um olhar para a esperança: ele não quer deixar morrer no povo a memória de um Deus que é fiel e não se esquece da aliança feita com seu povo eleito, afinal de contas, “Eu, o Senhor, digo e faço” (Ez 17, 24).

E a nossa esperança tem nome: REINO DE DEUS. Este que deve ser sempre o nosso horizonte. E nesse sentido, Jesus, no evangelho, o compara com um grão de mostarda, que é a menor dentre todas as sementes da terra, mas, quando cresce, se torna maior do que todas as hortaliças, e estende grandes ramos (Mc 4, 31-32). Ou então, o Reino pode ser comparado à semente espalhada pela terra que, cresce e dá frutos sem que os olhos nus percebam (Mc 4, 26-27). Essas duas parábolas para expressar três coisas:

O Reino de Deus é simples: como a semente menor entre todas... Pode parecer muito insignificante ser cristão católico hoje, mas é justamente a menor semente que dará grandes frutos; do mesmo modo, é em nossa simplicidade que a grandeza do Reino de Deus se manifesta.

O Reino de Deus acontece não por nossos méritos, mas por graça divina: é Deus quem atua no silêncio da noite, no tumulto do dia ou nas tragédias da história para que o Reino aconteça; e não há obstáculo para ele. A nós cabe jogar as sementes pela terra, isto é, mesmo que o mundo pareça não nos ouvir, continuemos anunciando; mesmo que os filhos pareçam não obedecer aos pais, continuem ensinando o certo... Mantenham-se firmes na esperança!

O Reino de Deus é possível: não é utopia, não é conto de fadas, mas o Reino de Deus é uma realidade que nos espera. Por isso, precisamos começá-lo hoje, no aqui e agora. Se Jesus veio lançar nos corações as sementes do Reino com suas palavras e gestos, ele também nos pede gestos e palavras, por mais simples que sejam, mas capazes de transformar o mundo em um lugar mais justo, humano e fraterno. Espalhemos, pois, à nossa volta, sementes de amor; sejamos semeadores do Reino.

Assim, as parábolas propostas pela liturgia deste domingo é um forte convite à esperança, à confiança e à paciência em Deus. Ora, até mesmo nos fatos aparentemente irrelevantes da vida ou nas dificuldades que se chegam a nós, podemos encontrar razões para continuar vivendo. Até porque, Paulo já nos adverte que “caminhamos na fé e não na visão clara” (2Cor 5, 7). Tantas situações que passamos na vida não podem nos desanimar. Não significa, contudo, que devamos anestesiar a vida terrena como se nada aqui prestasse. Não é isto! Trata-se, na verdade, de uma consciência de que, embora estejamos diante das vicissitudes da vida, a esperança do que nos espera na glória celeste é muito maior.

E por isso mesmo que, “é bom agradecermos ao Senhor” (Sl 91(92), 2). Gratidão é sentimento de pessoas nobres, porque recorda que somos gente; que precisamos uns dos outros. Quanto mais ainda, precisamos de Deus e seu Reino de Amor.

Que assim seja. Amém!

           

Luis Gustavo da Silva Joaquim

Seminarista da Diocese de Jaboticabal/SP.

 

Comentários