Imaculado Coração da Bem-aventurada
Virgem Maria | Memória
9ª Semana do Tempo Comum
Is 61,9-11 | 1Sm 2,1.4-5.6-7 8abcd (R. cf. 1a) | Lc 2,41-51
“Sua
mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas.” (Lc 2, 51)
Amados irmãos, acredito que esta afirmação
do evangelista possa ser o centro de nossa meditação na liturgia de hoje. Ora,
esta é uma das virtudes mais evidentes de Nossa Senhora nos evangelhos, e por
isso, tem muito a nos ensinar.
Com
Maria, aprendemos a meditar a Palavra de Deus: o fato de ela guardar tudo no coração não significa
passividade, moleza ou submissão. Antes, indica discernimento, isto é, escuta
interior da Palavra de Deus. Ela foi a primeira visitada pelo anjo Gabriel e
logo acolheu a graça da maternidade. Quantas não são as graças que passam em
nossa vida porque não sabemos meditar e contemplar. Nós queremos agir muito por
impulso nos momentos mais decisivos da vida. Maria não; ela ensina que não
podemos ser reativos, mas sim, meditativos. Como diriam os antigos, “de cabeça
quente, não se resolve nada”.
Com
Maria, aprendemos a superar as angústias:
tanto ela quanto José estavam angustiados porque perderam o seu filho nas
caravanas. Quantas são as mães que, hoje, perdem seus filhos para as drogas,
para o tráfico, para a cadeia, para a morte prematura etc. São situações
desumanas que fogem do nosso controle, no entanto, aprendemos com Maria que
Deus sempre consola-nos em nossas maiores aflições e angústias, porque ele sabe
de todas as coisas. Maria é a mãe da ternura, porque nos ensina a contemplar as
dores, mas confiando sempre na providencia e misericórdia de Deus.
Com
Maria, aprendemos o silêncio:
mas é um silêncio povoado da voz de Deus. Precisamos aprender com Maria que nem
tudo precisa ser dito do modo e na hora que dizemos. O silêncio povoado da voz
de Deus é a oração sincera de mãe; é a doação de si mesma para ver a felicidade
dos filhos. Precisamos saber a hora de falar e também a hora de calar.
Amados irmãos, este é o Imaculado
Coração de Maria: um coração amoroso, compassivo, silencioso e que só é capaz
de amar, sempre! Nós, tantas vezes, somos capazes de guardar apenas rancores e
mágoas no coração. Maria nos ensina o contrário: guardemos as coisas boas e
joguemos para bem longe as coisas ruins, porque “onde está o teu tesouro, aí
está o teu coração”. Peçamos à Virgem Maria esta capacidade de sempre
guardar as coisas no coração. Amém!
Luis Gustavo da Silva Joaquim
Seminarista
da Diocese de Jaboticabal/SP.
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