SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO
| Ano B
At 12,1-11 | Sl 33(34),2-3.4-5.6-7.8-9 (R. 5) | 2Tm
4,6-8.17-18 | Mt 16,13-19
BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE ESTA
SOLENIDADE: Pedro:
era um pescador da Galileia. Respondeu positivamente ao convite de Jesus:
"segue-me e te farei pescador de homens" (cf. Mc 1, 17). Depois da
morte de Jesus, percorreu a Palestina, até se mudar para Antioquia e, daí,
chegou finalmente a Roma. Paulo:
era de Tarso, perseguidor da Igreja, até se converter no caminho de Damasco.
Apaixonado por Cristo, percorreu o Mediterrâneo para anunciar o Evangelho,
especialmente aos pagãos. Ambos foram martirizados em
Roma, na perseguição de Nero, por volta do ano 64 d. C. Desde o século III
que a Igreja honra, na sua liturgia, esses homens como testemunhas da fé em
Jesus Cristo. Simbolizam, pois, o Colégio Apostólico. |
Hoje celebramos a solenidade das duas
grandes “colunas” da Igreja: São Pedro e São Paulo. Homens tão diferentes em
personalidade, mas tão iguais na convicção de fé. Ao celebrá-los, hoje,
queremos também refletir a nossa vida e o nosso modo de ser cristão no mundo,
diante das adversidades e das provações.
Vimos na liturgia da semana passada que
as tempestades são fortes, mas não nos vencem quando estamos na presença de
Cristo. E, de fato, a nossa vida não é um mar de rosas. Mas Deus sempre manda
seus anjos para virem em nosso auxílio; como ouvimos na primeira leitura: "Agora
sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar do poder de
Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava!" (At 12, 11). Pedro estava
preso; mas não há correntes, grades ou celas que podem privar a graça e a
misericórdia de Deus de acontecerem. O convite do anjo a ele foi: “Levanta-te
depressa!” (At 12, 7). Isso para expressar a urgência que Deus tem de nos
socorrer em nossas angústias diárias. Ademais, “enquanto Pedro era mantido na
prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele” (At 12, 5). Ora, nos
tempos de angústias e tristezas, precisamos permanecer em comunidade, rezando
com esperança. A oração nos fortalece e nos acalma.
Também Paulo, na segunda leitura,
reconhece que o Senhor sempre esteve ao seu lado dando forças para anunciar a
testemunhar a Boa Nova (cf. 2Tm 4, 17). De fato, tudo o que fazemos de bom não
vem de nós mesmos, mas da graça de Deus em nós, pois, a iniciativa é sempre
dele. O Senhor nos sustenta em todas as situações da vida.
O fato é que, quando provamos da
experiência de um milagre ou uma cura; quando descobrimos em nós, forças que
nem sequer sabíamos que existia, aí então é que podemos cantar como o salmista:
“De todos os temores me livrou o Senhor Deus.” (Sl 33(34), 5b). Acontece que, para
que o Senhor nos livre dos temores, é preciso que tenhamos consciência de quem
ele é. Jesus, frequentemente, nos questiona como no evangelho: “E vós, quem
dizeis que sou?” (Mt 16, 15). Pedro foi capaz de fazer uma experiência a ponto
de reconhecer em Jesus o Messias esperado, isto é, o verdadeiro Filho de Deus. Irmãos,
se não fizermos, verdadeiramente, uma experiência com o Senhor em nossa vida,
dificilmente seremos livrados dos temores, porque nos falta a fé necessária. A
fé de Pedro e de Paulo são para nós, exemplos de como lidar com as adversidades
da caminhada cristã.
Tanto é verdade que, somente depois da resposta
consciente de Pedro, que representa toda a comunidade, é que vem a missão: a
Pedro foram confiadas as chaves dos céus e da terra, isto é, as chaves do
serviço. Certamente, em nossa vida cristã, tantas vezes seremos incompreendidos
pelos outros. Mas isto não importa! Basta que sejamos compreendidos por aquele
que nos chamou, como também um dia chamou Pedro, chamou Paulo, chamou a mim,
chamou você... Enfim, a exemplo destas colunas incansáveis de fé, vale à pena
refletir o poema de Santa Teresa de Calcutá:
“Se você é gentil, as pessoas
podem acusá-lo de interesseiro. Seja gentil assim mesmo. Se você é honesto e
franco, as pessoas podem enganá-lo. Seja honesto e franco assim mesmo. O que
você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo. O bem que você faz hoje, pode ser esquecido amanhã. Faça
o bem assim mesmo. Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode não ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo. Veja você que, no final das contas, é tudo
entre você e Deus. Nunca foi entre você e os outros” (“Assim mesmo”, poema
resumido)
Que assim seja. Amém!
Luis Gustavo da Silva Joaquim
Seminarista
da Diocese de Jaboticabal/SP.
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