16º Domingo do Tempo Comum | Reflexão

 

16º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Ano B

Jr 23,1-6 | Sl 22(23),1-3a.3b-4.5.6 (R. 1.6a) | Ef 2,13-18 | Mc 6,30-34

Amados irmãos e irmãs, depois de, na liturgia da semana passada, tomar consciência de que somos chamados e enviados por Jesus, hoje, nós vemos o retorno dos doze, isto é, depois que foram enviados dois a dois, eles voltam para apresentar a Jesus os frutos da missão.

Jeremias, na primeira leitura, profetiza em Jerusalém após a destruição promovida pelos babilônios. Era um período de caos nacional porque o povo estava sem um pastor em Judá. Ora, a maior referência de pastor para o povo continuava o rei Davi. Por isso, no Antigo Testamento, a imagem de “um bom pastor” sempre foi muito esperada. Jeremias, nesse sentido, garante: quanto aos maus pastores, Deus vai castigá-los e pedir-lhes contas de suas más ações (Jr 23, 2). E mais que isto, escolherá novos pastores, que sejam exemplares, para cuidar do seu povo eleito (Jr 23, 4).

O fato é que, a concretização da profecia de Jeremias se dá, claramente, em Jesus Cristo. Ele é o único, bom, sumo e eterno Pastor que cuida do seu rebanho com amor, misericórdia e justiça. Prova disso é que Jesus, percebendo o cansaço dos apóstolos depois da missão, chama-os para o descanso num lugar deserto (Mc 6, 31). Ora, o Senhor sempre sabe das nossas limitações; ele nunca nos dá uma missão que não sejamos capazes de suportar. Este é o papel, afinal de conas, de um bom pastor: conhecer e amar suas ovelhas.

E não só isto: Jesus reconhece as fraquezas dos seus apóstolos, mas também a de todo o povo. Ele viu uma numerosa multidão que estavam ainda como ovelhas sem pastores e sente compaixão (Mc 6, 34). Isto para expressar a universalidade da salvação trazida por Jesus. Compaixão é “sentir com”; é, pois, mais que um sentimento, mas uma atitude. Compaixão é atitude de comprometimento e amor para com o outro, não é um mero sentimento de dó.

Meus irmãos e irmãs, somente Jesus é a nossa paz (Ef 2, 14), como ouvimos na segunda leitura. Ele é o verdadeiro Pastor que conduz a nossa vida, e justamente por isso, deve ser o nosso modelo de pastoreio diário, pois, hoje, os pais, as mães, os líderes políticos, os padres e bispos... todos nós, de um modo ou outro, temos o papel de pastorear algum rebanho, por menor ou maior que seja. É preciso que sempre tenhamos em mente esta advertência do profeta na primeira leitura a fim de nos questionarmos: tenho sido um bom pastor dos meus filhos, dos meus fieis, dos meus eleitores, enfim, da minha vida?!

 Cantamos e rezamos frenquentemente como o salmista: “O Senhor é o pastor que me conduz” (Sl 22, 1). Mas o que isso significa em nossa vida, em nossa missão de discípulos missionários de Jesus? Significa que ele, enquanto Pastor, nunca nos haverá de faltar. Pode sim faltar bens, dinheiro, força, coragem, saúde, pode nos faltar tudo... mas nunca nos faltará o próprio Cristo, porque ele se fez um de nós a fim de nos tirar da inimizade com o Pai, que o pecado nos colocou. Afinal de contas, como afirmou Santo Agostinho, “o homem é mendigo de Deus”. Creiamos nisto e sejamos libertados de todo tipo de doutrina que nos leva para longe de um Deus conosco, que é compassivo com as nossas dores. Enfim, “o bom pastor é aquele que dá a vida por suas ovelhas” (Jo 10, 11): sejamos mais compassivos; sejamos mais pastores uns dos outros. Aprendamos com Jesus.

Assim seja!

 

Luis Gustavo da Silva Joaquim

Seminarista da Diocese de Jaboticabal/SP.

 

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