21º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Ano B
Js 24,1-2a.15-17.18b | Sl 33(34),2-3.16-17.18-19.20-21.22-23 (R. 9a) | Ef 5,21-32 | Jo 6,60-69
A nossa vida é feita, sem dúvidas, de
escolhas. O psicólogo Viktor Frankl ensina que, “tudo pode ser tirado de uma
pessoa, exceto uma coisa: a liberdade de escolher sua atitude em qualquer
circunstância da vida”. Em outras palavras, mesmo quando não podemos mudar uma
situação, ainda podemos a mudar a nós mesmos. Mas o que isto tem a ver com a
liturgia deste 21º Domingo do Tempo Comum (Ano B)? Tudo.
Ora, o livro de Josué relata história do
Povo de Deus desde a sua entrada na Terra Prometida até a morte de Josué. Não
se trata, pois de um texto tanto histórico, mas teológico. Assim, logo na
primeira leitura, ouvimos Josué, já estando próximo de sua morte, convidar as
tribos de Israel reunidas em Siquém para renovarem a aliança firmada com Deus:
eles precisavam, portanto, fazer uma escolha fundamental entre servir ao Senhor
Libertador e servir aos outros deuses. E assim, tendo o povo se recordado de
como Deus agiu, ao longo da história desde a libertação do Egito, só puderam
reconhecer que somente o Deus verdadeiro pode proporcionar a vida, a liberdade e
a paz.
Fazer escolhas na vida é necessário! Não
podemos ficar apáticos: Deus vomitará os mornos (cf. Ap 3, 15-16). Foi o que
aconteceu no evangelho: a maioria da multidão pensou que viveriam sempre diante
de um mestre sábio e que daria fartura de pão quando sentissem fome. Ora,
estava tudo muito cômodo. Mas Deus não se fez homem para dar coisas, mas para
dar a si mesmo como alimento, fazendo-se o verdadeiro Pão da Vida, descido do
céu. Nem todos que seguiam Jesus estavam realmente dispostos a estarem com ele.
Por isso da pergunta dura do nazareno: “Vocês também querem ir embora?” (Jo 6,
67). Somos livres para escolher estar ou não com Jesus. Contudo, uma vez
decidindo estar, não podemos ser mornos, apáticos e egoístas. Vivamos a fé do
modo mais coerente que conseguirmos: “A quem iremos, Senhor, se só tu tens
palavras de vida eterna?!” (cf. Jo 6, 68). Que esta seja a nossa oração e
vivência todos os dias.
Acontece que esta escolha fundamental de
vida, isto é, escolher pelo Senhor, comporta exigências inclusive familiares.
Foi o que ouvimos na segunda leitura. Trata-se de uma carta que precisa ser
muito bem compreendida para que não haja confusão em nossos lares.
Paulo, ao escrever para a comunidade de
Éfeso, recomenda a submissão das mulheres em relação ao marido (cf. Ef 5, 22).
Ora, não podemos ler isto com olhar sexista ou preconceituoso. Trata-se,
primeiramente, de uma concepção histórica em que o homem era tido como referência
suprema do núcleo familiar, o que não corresponde mais aos dias atuais.
Segundo, o termo "submissão", neste contexto, não indica humilhação, mas sim uma
profunda relação amorosa de serviço e doação. Aos maridos, Paulo recomenda que
amem as suas esposas, “como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela” (Ef 5,
25). Tudo isso para dizer: quem escolhe, livremente e por amor, seguir a
Cristo, é uma pessoa renovada; e tal renovação se revela nas atitudes mais
simples do dia a dia, de carinho, cuidado e amor no lar. Isto vale para todos:
maridos, mulheres, filhos, netos etc.
Enfim, o filósofo Mário Sérgio Cortella,
certa vez, ensinou que não existe escolha entre um bem e um mal. Se escolhemos
o mal, somos tolos. Logo, a liberdade de escolha só pode acontecer entre duas
(ou mais) opções boas. Meus irmãos, não há nada melhor que servir ao Senhor
nesta vida! Diante de toda e qualquer escolha que se apresente em nosso
cotidiano, nos apoiemos sempre na opção que garante vida e salvação: JESUS
CRISTO. Recordemos as palavras de Santo Agostinho: “Jesus, é muito difícil te
seguir, mas, é impossível te deixar!”.
Amém!
PARA REZAR: https://www.youtube.com/watch?v=TzBxHPNlcRY
Luis Gustavo da Silva Joaquim
Seminarista
da Diocese de Jaboticabal/SP.
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