1º DOMINGO DO ADVENTO | Ano C
Jr 33,14-16 | Sl 24(25),4bc-5ab.8-9.10.14 (R. 1b) | 1Ts
3,12-4,2 | Lc 21,25-28.34-36
Amados irmãos e irmãs, iniciamos neste
fim de semana um novo tempo litúrgico na Igreja. Com este Primeiro Domingo do
Advento, inicia-se o ciclo do ano C, dedicado à meditação do evangelista São Lucas.
A vida é assim, diante de um fim (Solenidade do Cristo Rei), abre-se, sempre,
um novo começo (1º Domingo do Advento).
A primeira leitura apresenta uma
profecia de Jeremias cheia de esperança: de Davi brotará o rebento/semente da
justiça: esta é a promessa de bens futuros para a casa de Israel. E, de fato,
ele veio. Jesus nasceu em Belém, na mesma cidade natal de Davi; cumpriu-se a
promessa, afinal de contas, o Senhor sempre cumpre com o que diz; diferentemente
de nós, muitas vezes. Tem tudo a ver com Advento, pois é tempo de espera; mas uma
espera ativa e não passiva. Até porque são três as vindas de Jesus em nosso
meio: Ele é aquele que é, que era e que vem (Ap 1,8), ou seja, ele já veio no
ventre de Maria, virá para nos julgar e vem a cada dia, na Palavra, na
Eucaristia, nos irmãos...
Nesse sentido, o Primeiro Domingo do
Advento nos faz pensar na parusia, no fim dos tempos, na volta de Jesus, quando
ele vier “numa nuvem com grande poder e glória” (Lc 21,27). Por isso que o Evangelho
nos convida a uma atitude contrária à insensibilidade, uma vez que a
sensibilidade de Deus permitiu que ele mesmo viesse ao nosso encontro, pisando
a nossa terra e habitando no meio de nós, em seu filho Jesus Cristo. Ele se
compadeceu de nossa frágil humanidade e, por isso, precisamos tomar cuidado
para que “nossos corações não fiquem insensíveis” (Lc 21,34) diante de tanta
injustiça no mundo.
É preciso que estejamos sempre atentos e
vigilantes em nossas atitudes, para estarmos “de pé diante do Filho do Homem” (Lc
21,36). O apóstolo Paulo já afirmava isto à comunidade dos Tessalonicenses: “que
o amor aumente e transborde sempre mais” (1Ts 3,12). Meus irmãos e irmãs, o
mundo carece de amor. Não podemos mais viver com tanta insensibilidade diante
da dor do outro. É assim que devemos esperar pela vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo: amando e sendo amados, até porque “Deus é amor” (1Jo 4,8).
Uma última palavra sobre o início do
Evangelho: trata-se do “Dia do Senhor”, isto é, a intervenção final de Jesus. É,
antes, uma forma de linguagem e não pode ser levadas em sentido literal. Os fenômenos
de escurecimento do sol, da lua e das estrelas simbolizam o fim de um tempo puramente
humano para o início de outro tempo: o divino, o eterno. A bíblia não pode ser
vista por nós como um livro de visões futuras sobre o fim do mundo; mas tudo
isso serve para afirmar que haverá sim uma intervenção divina para transformar
esse mundo de injustiças em um mundo mais humano, justo e fraterno. Por isso,
nos mantenhamos firmes na espera, e esperançosos que dias melhores são
possíveis, e mais que isso, são necessários.
Que
neste início de Advento, saibamos reconhecer o amor de Deus no mundo, nos
irmãos e em nós mesmos. Este é o tempo de esperançar, porque Deus sempre cumpre
suas promessas de nos resgatar do pecado que nos desumaniza e escraviza, pois “o
Senhor é a nossa Justiça” (Jr 33,16).
Assim seja. Amém!
Luis Gustavo da Silva Joaquim
Seminarista
da Diocese de Jaboticabal/SP.
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