NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO
UNIVERSO | Ano B
Solenidade
Dn 7,13-14 | Sl 92(93),1ab.1c-2.5 (R. 1a) | Ap 1,5-8 | Jo 18,33b-37
Breve
contextualização sobre esta solenidade: foi no
Concílio de Niceia, em 325 (no ano de 2025, celebraremos junto de toda a
Igreja, 1700 anos deste Concílio), que a Igreja definiu a divindade de Cristo,
contra as heresias da época. Para explicitar este dogma, 1600 anos depois, em
1925, foi o Papa Pio XI quem proclamou o reconhecimento da realeza de Cristo. A
data original da festa de Cristo Rei era o último domingo de outubro, no
domingo que precedia a festa de Todos os Santos, mas, com a nova Reforma de
1969, foi transferida para o último domingo do Ano Litúrgico.
Termina-se, com a celebração de Cristo Rei, o ano litúrgico. Também se aproxima o fim do ano civil. Isto tudo tem um valor pedagógico para a Igreja, pois, uma vez que caminhamos para o fim, recordamos o próprio processo da vida que tende para um fim. Somos seres finitos. E nesse caminho, que é a vida, precisamos ter um ponto de referência para onde ou para quem devemos ir. Nosso destino só pode estar em Deus; só pode ser Deus, o rei da nossa vida.
Mas, poderíamos nos perguntar: Jesus é
Rei? A resposta pode ser sim ou não. Tudo depende da nossa concepção de
reinado. Se acreditamos no rei como figura poderosa, sentado no grande trono e
com coroa de ouro, não; este não é Jesus. Acontece que Jesus é rei, porque a
nossa vida deve ser um reflexo do seu Reino de Amor e Serviço. Em outras
palavras, o seu trono é o lenho da cruz e sua coroa é a de espinhos. Desse
modo, quando questionado por Pilatos se ele era mesmo rei, sua resposta é
clara: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os
meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu
reino não é daqui” (Jo 18, 36).
Neste trecho do evangelho, compreendemos
a profecia do livro de Daniel, na primeira leitura: o filho do homem
aproxima-se entre as nuvens do céu, com todo poder, honra e glória eternos.
Trata-se, antes, de um reinado voltado para a eternidade, coisa que homem
nenhum pode fazer. Por isso, mesmo macerado no alto de uma cruz, ele é
vitorioso; é rei. Ele é o “Alfa e o Ômega" (Ap 1, 8), isto é, o principio
e fim de nossas vidas. Não há outro rei. Nada e nem ninguém pode tomar o lugar
próprio de Jesus em nossa existência.
A real missão de Jesus é “dar testemunho
da verdade” (Jo 18, 37). Para o evangelista João, o conceito de “verdade”
indica o próprio Deus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 6), disse
Jesus. E esta verdade, que é o próprio Cristo, se manifesta através de suas
obras, curas, gestos e palavras. O contrário da verdade é a mentira, causadora
de todo pecado, morte, escuridão e malvadeza. É preciso que frequentemente nos
perguntemos: o que reina em mim, na minha vida e no meu coração? A verdade ou a
mentira? A graça ou o pecado? Se em nosso coração reina o Senhor, não tem como
haver mentira em nosso meio. Sejamos homens e mulheres cujo reino da verdade,
da justiça, da paz e do amor encontre morada.
Assim, se esta é a missão de Jesus,
torna-se também a nossa missão, dos seguidores e seguidoras de Cristo. “[...] Todo
aquele que é da verdade escuta a minha voz” (Jo 18, 37). Quando abrimos os
nossos ouvidos para escutar a voz do Senhor, aí não haverá mais espaço para a
mentira em nossa vida. Que o Senhor Deus nos ajude a sempre buscar, cada dia
mais, a verdade de seu reinado de amor, justiça e paz. Amém.
♫“Onde reina o
amor, fraterno amor... Deus aí está!”♫
Luis Gustavo da Silva Joaquim
Seminarista
da Diocese de Jaboticabal/SP.
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