SAGRADA FAMÍLIA DE NAZARÉ | Festa
Eclo 3,3-7.14-17ª | Sl 127(128),1-2.3.4-5 (R. cf.1) | Cl 3,12-21 | Lc 2,41-52
Deus se fez homem, mas não só; ao se
fazer homem, se faz também FAMÍLIA. De todos os modos que poderia se encarnar
no mundo, quis ser menino e nascer na Família de Nazaré. Este é o motivo da
festa litúrgica que celebramos neste fim de semana. No Evangelho desta festa,
somos apresentados a uma Família que vai ao Templo de Jerusalém para cumprir o
que mandava a Lei judaica, isto é, todo bom judeu deveria ir ao Templo ao menos
três vezes no ano, para as festas da Páscoa, Pentecostes e das Tendas (cf. Nm
18,15-16). Oxalá todas as famílias, ainda hoje, fossem fieis aos mandamentos da
lei de Deus! Quantos não são os lares que têm espaço para tudo, menos para
Deus?!
Ainda no trecho do Evangelho, os pais de
Jesus sentem-se angustiados (Lc 2,48) ao perceberam que haviam perdido seu
filho. Isto nos faz lembrar quantos são os pais que perdem seus filhos e ficam
angustiados por isso. Perdem para as drogas, para as bebidas, para o tráfico,
para a guerra, ou simplesmente, perdem os filhos de si mesmo, perdem o amor e o
afeto. Muitos pais estão há anos sem conversar com os filhos por alguma
desavença, e isto causa verdadeira angústia. Pensemos: quantas perdas fazemos
ao longo da vida, simplesmente porque não aprendemos a amar e perdoar aqueles
que moram conosco sob mesmo teto?
Nesse sentido, a primeira leitura,
tirada do livro do Eclesiástico, nos apresenta uma síntese da sabedoria de
Israel: para se ter uma vida sábia e feliz, é necessário um bom convívio
familiar: honrar pai e mãe, pois, “quem honra o seu pai, alcança o perdão dos
pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração cotidiana” (Eclo 3, 4). E
como se honra o pai e a mãe? Além de ser um dos mandamentos (“honra teu pai e
tua mãe”, Ex 20, 12), o verbo “honrar”, do hebraico pode ser traduzido como
“dar glória”, “dar peso”, “dar importância”. Assim, honrar os pais é dar-lhes o
devido valor e importância. Em outras palavras, são essas duas as atitudes que
sintetizam o modo de honrar pai e mãe: AMAR e PERDOAR.
Ora, a Festa da Sagrada Família de
Nazaré não quer celebrar a festa das famílias perfeitas. Não! Celebrar a Sagrada
Família de Nazaré é celebrar as nossas famílias em suas imperfeições e desafios
diários, contanto que se coloquem à escuta da Palavra de Deus, numa constante
busca de viver o amor e o perdão em seus lares. Afinal de contas, a própria
Família de Nazaré sofreu intempéries em sua trajetória; basta lembrar:
As dificuldades da aceitação de José
quando soube da gravidez de Maria (cf. Mt 1, 18-25): Quantas vezes nós somos
incompreendidos dentro de nossa própria casa, pelos nossos próprios familiares?;
Quando precisaram fugir para o Egito por medo de Herodes (cf. Mt 2, 13-23):
Quantos são os medos que nos paralisam ou nos fazem fugir de nós mesmos? Ou
então, fugir de quem amamos?; Quando não são acolhidos em Belém para o
nascimento do menino (cf. Lc 2, 7): Quantas vezes nos falta aprender a acolher
uns aos outros, em suas imperfeições, incoerências e angústias?
A festa da Sagrada família de Nazaré é
um convite para olharmos as nossas atitudes dentro da nossa própria família e
nos perguntarmos se estamos vivendo de forma virtuosa dentro do nosso lar,
confiando sempre nos planos de divinos. Família é sinônimo de “escola”, onde se
aprende o amor, a solidariedade, a partilha, o serviço, o diálogo, o respeito,
o cuidado, o perdão, o cuidado com o bem comum, a atenção aos mais necessitados
etc. FAMÍLIA É ESCOLA DOS VALORES DE DEUS. Portanto, HOJE É A FESTA DA FAMÍLIA!
Não somente a família de Nazaré, mas a festa das nossas próprias famílias!
Que a Sagrada Família de Nazaré nos
inspire hoje e sempre. Amém.
Luis Gustavo da Silva Joaquim
Seminarista
da Diocese de Jaboticabal/SP
Linda reflexão
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