Batismo do Senhor | Reflexão

 

BATISMO DO SENHOR | Festa

Is 42,1-4.6-7 | Sl 28(29),1a.2.3ac-4.3b.9b-10 (R. 11b) | At 10,34-38 | Lc 3,15-16.21-22

Neste fim de semana celebramos a festa litúrgica do Batismo do Senhor. Pode-se dizer que se trata de mais uma epifania, isto é, manifestação de Deus ao mundo, em seu Filho Jesus, por ação do Espírito Santo. Esta festa encerra o ciclo do Natal na liturgia e recorda não somente o Batismo de Jesus no Jordão, em solidariedade à nossa frágil humanidade, mas nos faz também repensar o modo como vivemos, hoje, o nosso compromisso batismal.

Assim, na primeira leitura, somos apresentados ao “Livro da Consolação” de Isaias, que corresponde ao tempo final do exílio do povo na Babilônia. Já havia se passado vários anos da destruição de Jerusalém, e o povo continuava escravo esperando a libertação. A mensagem de hoje surge como uma esperança consoladora conhecida como “Primeiro Cântico do Servo”. Trata-se do anúncio de um servo que será eleito pelo Senhor para uma missão especial: “Eu, o Senhor, te chamei para a justiça” (Is 42,6). A justiça de Deus é o amor! Se queremos um mundo mais justo, é preciso que aprendamos a nos amar mais. Justiça é tomar os irmãos pela mão, construir alianças, cuidar dos cegos, dos presos e dos que vivem nas trevas (Is 42,7).

Esta leitura já aponta, obviamente, para o Evangelho, cuja narrativa trata o batismo de Jesus, no rio Jordão. Ali, nasce a compreensão pública do ministério, isto é, da missão de Jesus no meio de nós. O que fez esse Jesus, se não evidenciar a justiça do amor que vem Deus?! “Jesus passou pelo mundo fazendo o bem e curando...” (Oração Eucarística VI-D).

Acontece que, consequentemente, ao sermos batizados, nós também assumimos no mundo a mesma missão de Jesus Cristo. Atenção: não somos “donos” de outra missão, mas somos servos da mesma e única missão de Jesus! Eis o motivo pelo qual o próprio Senhor quis ser batizado: não que ele precisasse, pois Jesus é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Mas ele quis justamente para nos mostrar o caminho de serviço, entrega e confiança filial a Deus. O batismo de Jesus nos recorda duas coisas que são apresentadas pelo texto bíblico desta festa:

“[...] enquanto rezava, o céu se abriu” (Lc 3,21): não há mais empecilho entre nós e os céus, isto é, entre a humanidade e Deus. Em Cristo, somos batizados e ungidos para anunciar o amor. Quando realmente tomarmos consciência da força que tem a nossa oração, saberemos também que o céu se abre para nós mediante um coração sincero que se dispõe a estar na presença do Pai.

“Tu és o meu Filho amado” (Lc 3,22): esta certeza nunca saiu do coração de Jesus e também não pode sair do nosso coração e da nossa vida. Sempre que qualquer adversidade se achegar em nossa existência, é preciso que recordemos que continuamos, independente de tudo, a ser filhos amados de Deus. O diabo sempre tenta tirar de nossa consciência esta dignidade de filhos; por isso, tomemos cuidado.

Enfim, que sejamos impulsionados a, realmente, viver o nosso batismo, em que fomos configurados a Cristo como profeta, sacerdote e rei. Tudo isso, para amar e servir a Deus e aos irmãos, num projeto de Justiça e Paz.

Assim seja Amém!

 

Luis Gustavo da Silva Joaquim

Seminarista da Diocese de Jaboticabal/SP

 

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