Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor | Reflexão

 

DOMINGO DE RAMOS DA PAIXÃO DO SENHOR | Ano C

Por: Luis Gustavo da Silva Joaquim

 

Neste domingo, dia 13 de abril, a Igreja celebra o “Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor”. Esta celebração tem este nome porque, nela, celebramos dois mistérios: a entrada de Jesus em Jerusalém e o Mistério de sua Paixão, Morte e Sepultura. Em breves e sintéticas palavras, poderíamos dizer: a procissão é de ramos e a missa é da paixão. Com esta celebração, iniciamos a Semana Santa!

É importante considerar que a entrada de Jesus em Jerusalém é de livre vontade, ou seja, por sua obediência amorosa ao projeto do Pai, montado num jumento, que é símbolo de humildade, ele decide servir, entrega-se, consumir-se.

No Evangelho temos a narrativa da paixão de Jesus. O evangelista Lucas demonstra, passo a passo, este caminho doloroso: Jesus é acusado diante de Pilatos, e consequentemente, é interrogado tanto por Pilatos quanto por Herodes. Depois, foi tratado com desprezo e zombaria pelos sumos sacerdotes. A multidão também exclama pedindo a sua crucifixão. Mais uma vez foi insultado, dessa vez, pelos próprios malfeitores que eram crucificados com ele; até chegar no momento ápice de sua morte ao gritar “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46).

Jesus foi capaz de “esvaziar-se de si mesmo” (Fl 2,7), como diz o apóstolo. Assumiu a nossa condição humana para nos libertar das amarras do pecado. É por isso que iniciamos a semana santa recordando a sua paixão, a sua dor, mas acima de tudo, a sua oferta de amor.

A nossa vida é também uma constante procissão rumo à Jerusalém. Não mais a terrestre, mas sim à Jerusalém celeste. E neste caminho, tantas vezes como Jesus, somos interrogados, traídos, negados ou caluniados. No entanto, a obediência amorosa e filial a Deus deve nos fazer permanecer fieis até o fim. Em Jesus aprendemos a ser obedientes, por amor.

Como o salmista, somos tentados a dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Parecemos viver, em tantos momentos, um abandono de Deus. No entanto, trata-se de um grito que aponta não para a morte, mas para a vida eterna. Por isso, não se trata de um abandono de Deus, mas sim o abandono em Deus. É preciso traçar diferenças! Jesus no lenho da cruz não sente o abandono de Deus, ao contrário, ele próprio se abandona em Deus, o Pai. Ele se oferta; se doa; se entrega.

Pensamos com quem nos identificamos: com o Cirineu, que se coloca ao lado de Jesus para carregar a cruz? Com as mulheres que choram? Com os malfeitores que só zombavam de Jesus? Com Judas, Pilatos e aqueles que “olhavam de longe” e posição nenhuma tomavam?

Enfim, nosso maior desafio hoje é nos abandonarmos em Deus. Julgamo-nos tão suficientes e prepotentes, que já não há espaço para isto, para abandonar-se em Deus. Aproveitemos, pois, esta semana que é santa, para também nos santificarmos, a fim de que encontremos forças para permanecermos fieis até o fim, no amor e na obediência.

Assim seja. Amém!

Comentários