SÃO PEDRO E SÃO PAULO, Solenidade |
Ano C
At 12,1-11 | Sl 33(34),2-3.4-5.6-7.8-9 (R. 5) | 2Tm
4,6-8.17-18 | Mt 16,13-19
Queridos irmãos e
irmãs, neste fim de semana, celebramos no Brasil, a Solenidade de São Pedro e
São Paulo. Apenas para contextualizar, brevemente: trata-se de uma celebração
litúrgica que evidencia as duas colunas para a fé, uma vez que Pedro
(evangeliza em Jerusalém) e Paulo (evangeliza as nações) mostram que a missão
da Igreja é universal. Sendo assim, hoje é também dia de rezar pelo Papa, pois
ele é o sucessor de São Pedro.
Quando olhamos para a
história desses dois homens, percebemos que são tão diferentes, mas carregam,
cada qual ao seu modo, o mesmo projeto de santidade: seguir fielmente a Jesus
Cristo.
São Paulo, cujo nome
original era Saulo, foi perseguidor dos cristãos. Converteu-se após uma
experiência mística no caminho de Damasco (At 9). Tornou-se o “Apóstolo dos
Gentios”, anunciando o Evangelho principalmente fora do mundo judaico. Foi
martirizado em Roma, provavelmente decapitado por ser cidadão romano.
São Pedro, cujo nome
original era Simão, foi chamado por Jesus e recebeu o nome Pedro, que significa
“pedra”. A ele foram confiadas as chaves da Igreja, como ouvimos no Evangelho.
Foi martirizado em Roma, crucificado de cabeça para baixo por escolha própria,
por não se achar digno de morrer como Cristo.
Cada um ao seu modo
seguiu o mesmo Mestre. O que uniu os dois apóstolos foi justamente a fé em
Jesus Cristo, ou seja, mesmo de temperamentos diferentes, souberam viver bem a
fé. Perguntemos: em nossas famílias, comunidades e pastorais, somos também
diferentes na maneira de agir e pensar; mas apesar disto, sabemos superar as
diferenças em prol de uma fé comum?
Observando as leituras
bíblicas desta celebração, podemos voltar o nosso olhar para as conseqüências
da resposta de revelação e adesão feita por Pedro a Jesus: “Por isso eu te digo
que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do
inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o
que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra
será desligado nos céus” (Mt 16,18-19).
Jesus confia a Pedro o
papel de autoridade e unidade entre os fiéis, pois, as chaves simbolizam
responsabilidade e missão. O apóstolo não se torna dono do Reino, mas servo
dele, isto é, um pastor que guia e protege. Trata-se de uma autoridade em nome
de Cristo. Sendo assim, somos convidados a confiar na Igreja como instrumento
de salvação, mesmo reconhecendo suas limitações humanas.
Também somos desafiados
a professar nossa fé como Pedro: firme e corajosamente, mesmo quando ela nos
custa a nossa própria vida. Se a história da Igreja é marcada por escândalos e
dissabores, há muitos mais de se voltar o olhar para a história dos santos e
santas que testemunharam a verdade do Evangelho nesses anos todos.
Ora, Pedro é humano,
como todos nós: é impulsivo e fraco; tanto que mesmo negou Jesus no momento de
angústia. Contudo, sua história nos ensina que a graça transforma a fragilidade
em fidelidade. Pedro nos ensina que Deus não chama os perfeitos, mas aperfeiçoa
os que chama. Coloquemo-nos, pois, como servos humildes e que necessitam da
graça e do amor de Deus, assim, teremos a força que precisamos para viver
testemunhando a fé que professamos todo domingo.
Enfim, três coisas
podemos refletir nesta solenidade: 1) Deus chama diferentes pessoas, com
histórias distintas, para colaborar com seu Reino de Amor. 2) Pedro e Paulo
deram a vida por Cristo, sendo modelo de fidelidade até o fim; e hoje, somos
chamados a também, doar toda a nossa vida por Jesus. 3) Não podemos deixar a
Igreja na primeira dificuldade que aparecer, mas devemos superá-las, com o dom
da fé, na certeza de que as chaves foram entregues pelo próprio Cristo a Pedro,
isto é, a Igreja é um desejo do coração do próprio Deus.
Que assim seja. Amém!
Luis Gustavo da Silva Joaquim
Seminarista na Diocese de Jaboticabal/SP.
Comentários
Postar um comentário