14º Domingo do Tempo Comum | Reflexão

 

14º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Ano C

Is 66,10-14 | Sl 65(66),1-3a.4-5.6-7a.16.20 (R. 1) | Gl 6,14-18 | Lc 10,1-12.17-20

 

Amados irmãos e irmãs, ao celebrarmos a Solenidade de São Pedro e São Paulo, na semana passada, tomamos consciência de que nossa missão no mundo é a de testemunhar a Boa Nova de Jesus Cristo, como os apóstolos. Mesmo em nossas fragilidades, somos instrumentos de evangelização no mundo. Isto é importante nunca perder de vista. No entanto, para que cumpramos esta missão, o Senhor nos ensina alguns passos na liturgia de hoje.

É fato que Deus nos escolhe e nos envia para testemunhá-lo. Mas como? A resposta está logo no início do Evangelho: “os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir” (Lc 10,1). Primeiro que ele nunca envia sozinho, mas de dois a dois. No contexto judaico, o testemunho de dois tem mais credibilidade ao testemunho de um só. Contudo, numa dimensão espiritual, este detalhe indica que nós precisamos aprender a viver em comunidade. Ninguém se salva sozinho! Com egoísmo e vaidade ninguém chega a lugar nenhum. Depois, ele nos envia para onde ele próprio devia ir. Ora, nossa missão não é outra senão àquela iniciada por Jesus: amar, curar, abraçar, cuidar, ajudar. É desse jeito que nós vamos caminhando por um mundo mais justo, humano e fraterno: seguindo os passos de Jesus.

Sabemos também que o trabalho de evangelização é grande e os trabalhadores são poucos (Lc 10,2). Vivemos uma época de cansaço. Nossas pastorais estão com muito trabalho e poucos membros; nossas igrejas estão cheias, mas com poucos agentes envolvidos na pastoral; etc., no entanto, é o Senhor quem continua suscitando operários para a messe. E a nós, cabe rezar pedindo que ele, que é o dono da messe, mande mais e mais. Em outras palavras, Jesus é claro: reclamar menos, rezar e trabalhar mais! Isto vale para muitas dimensões da nossa vida cotidiana.

Somos mensageiros da paz! “Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: 'A paz esteja nesta casa!'” (Lc 10,5). O mundo seria bem melhor se vivêssemos em paz conosco mesmos, com os outros e com a natureza. A nossa missão diária deve ser de promover e desejar a paz na vida dos outros e na nossa própria vida. Não às guerras, não às brigas desnecessárias, não às violências, racismos e preconceitos presentes em nossa sociedade.

Acontece que nem todo mundo está preparado para uma mensagem de paz, de amor e de esperança. Muitas vezes, seremos rejeitamos simplesmente porque estamos anunciando a Boa Nova Jesus. Por isso que o Senhor nos dá também uma palavra de ânimo e esperança: “se não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: 'Até a poeira de vossa cidade, que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós'.” (Lc 10,11). Sacudir a poeira dos pés é o mesmo que dizer “não fique guardando rancor porque você foi rejeitado”. Mais vale para Deus o bem que plantamos, independentemente se vamos colher os frutos ou não. Não podemos nos desanimar da missão cada vez que formos rejeitados ou desencorajados. Pelo contrário: “ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu” (Lc 10,20).

 

Mais uma vez temos o exemplo de São Paulo que, ao escrever aos Gálatas, diz: “que eu me glorie somente da cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo” (Gl 6,14), pois, quando temos claro o motivo pelo qual lutamos, não podemos mais perder tempo com coisas periféricas no caminho.

Enfim, na primeira leitura, o profeta Isaías fala à comunidade que retorna do exílio e apresenta Jerusalém com a figura de uma mãe que consola e amamenta seus filhos (Is 66,12-13). Ele convida todos a se alegrarem com a cidade santa, pois ela é sinal do cuidado e da ternura de Deus (Is 66,14c). Assim também é a Igreja para nós: lugar em que somos nutridos pela Palavra e pelos Sacramentos, fontes que nos consolam e nos guiam. Somente assim somos impulsionados para a missão de testemunhar Jesus Cristo no mundo.

Assim seja. Amém!

 

Luis Gustavo da Silva Joaquim

Seminarista na Diocese de Jaboticabal/SP.

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