16º Domingo do Tempo Comum | Reflexão

 

16º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Ano C

Gn 18,1-10ª | Sl 14(15),2-3ab.3cd-4ab.5 (R. 1a) | Cl 1,24-28 | Lc 10,38-42

 

Amados irmãos e irmãs, a liturgia deste 16º Domingo do Tempo Comum (Ano C) nos convida a acolher com generosidade e alegria o próprio Senhor, que nos visita frequentemente.

Na primeira leitura vemos Abraão acolhendo três visitantes misteriosos. Ele corre ao encontro, prepara alimento e oferece o melhor. Ele não sabe, num primeiro momento, que está acolhendo o próprio Deus. Mas o fato é que, ao acolher o próprio Deus, uma bênção lhe é dada: a promessa do nascimento de Isaac. Ora, acolher Deus em nossa vida é sempre isto: abrir espaço para que ele faça nascer a vida nova, a alegria, a esperança!

A palavra-chave desta leitura é, pois, ACOLHIMENTO. Palavra esta que aponta também para o Evangelho, que nos narra a experiência de duas mulheres irmãs: Marta e Maria.

Maria se põe aos pés do mestre para escutá-lo. No contexto judaico era incomum que um mestre aceitasse uma mulher no seu grupo de discípulos. Jesus, no entanto, faz nascer uma comunidade nova, onde todos tem lugar, tem vez e tem voz! Basta que estejam dispostos a aprender dele a ser como ele. Jesus não faz acepção de pessoas, mas ama a todos e cada um. Aprendamos com este mestre a amar os irmãos e irmãs sem distinção.

Marta, por sua vez, se preocupa com os trabalhos domésticos e até se incomoda com o fato da irmã estar dedicando tempo a escutar Jesus. O Mestre, no entanto, não reprova Marta por estar servindo, mas ele mostra que a agitação não pode substituir a atenção ao essencial. Muitas vezes, também nós caímos na tentação de fazer muito por Deus e pouco estar com Ele.

Não se trata, portanto, de uma visão dicotômica entre ação e contemplação. Nada disto! Mas na vida nós sempre temos um pouco de Marta e um pouco de Maria em nós; a questão é saber discernir o tempo para cada coisa na vida. Há tempo de trabalhar pelo Reino de Deus, e há tempo de se acalmar nos pés do mestre para ouvi-lo na oração.

É nesse sentido que, diante da atitude de ambas, Jesus diz: “uma só coisa é necessária” (Lc 10,42). Em outras palavras, somente Deus é necessário em nossa vida e, tudo o que vem depois, é consequência desta escolha fundamental. Ele não nos pede mais ou menos do que temos; nem nos dá mais ou menos do que necessitamos. Jesus é o Deus do necessário!

Acolher Jesus em nossa vida, em nossa história, é nos deixarmos ser transformados pela graça santificante. A nossa alegria é justamente esta: “a presença de Cristo em nós” (Cl 1,27), como afirma o apóstolo, na segunda leitura. Quando ele é presença, não há mais razões para outras preocupações e inquietações.

Enfim, tanto na primeira leitura quanto no Evangelho, encontramos cenas de acolhimento. Abraão acolhe os três visitantes, oferecendo hospitalidade e cuidado; Marta e Maria acolhem Jesus em sua casa. Contudo, há formas diferentes de acolher, e nem todas colocam Deus no centro. Maria senta-se aos pés do Mestre e escuta sua palavra; Marta está agitada, ocupada com os serviços. Portanto, acolher não é apenas fazer muito, mas dar espaço para ouvir e estar com Jesus.

Que o Senhor nos ajude, hoje e sempre. Assim seja. Amém!

Luis Gustavo da Silva Joaquim

Seminarista na Diocese de Jaboticabal/SP.

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