Assunção de Nossa Senhora | Reflexão

 

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA | Solenidade

Ap 11,19a;12,1-6a.10ab | Sl 44(45),10bc.11.12ab.16 (R. 10b) | 1Cor 15,20-27ª | Lc 1,39-56

 

Queridos irmãos e irmãs, a solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria é celebrada no dia 15 de agosto. Contudo, no Brasil, foi transferida para o domingo seguinte, de modo que todos possam celebrar este mistério. Trata-se de uma festividade litúrgica que remonta o século V que, conforme a tradição bizantina indica a “dormição” de Nossa Senhora. Diz-se “dormição” porque Maria não morreu, uma vez que foi preservada do pecado original, mas, por grandioso mistério divino, dormiu e foi elevada (assunta) aos Céus de corpo e alma. Enquanto dogma foi proclamado por Pio XII em 1950.

Olhemos, pois, para a Liturgia da Palavra desta celebração: chama-nos atenção o Evangelho, que se inicia com um advérbio de modo, isto é, “ÀS PRESSAS” (ou, dependendo da tradução, “apressadamente”). Após o anúncio feito pelo arcanjo, Maria saiu apressadamente, isto é, algo a impulsionava para a missão, pois havia ali uma urgência, ou ainda, uma necessidade. Aqui notamos mais que um simples detalhe gramatical no texto bíblico, e sim, um verdadeiro modo espiritual de vida, de escuta e de intimidade com o Pai.

Quem recebe a visita de Deus tem pressa de anunciá-lo. Num mundo tão turbulento e cheio de compromissos como o nosso, quais são as nossas pressas? Quem faz a experiência, como Maria, da presença do Senhor não pode ter outra pressa senão a de anunciá-lo aos irmãos. Por isso que a Virgem se colocou a caminho em direção de sua parenta Isabel, mesmo diante das dificuldades do caminho, pois era uma rregião montanhosa. As dificuldades que passamos pelo caminho são superadas quando nossa meta é anunciar, apressadamente, a Boa Nova de Jesus, isto é, o Evangelho.

É nesse sentido que, na primeira leitura, temos a figura de uma mulher vestida de sol: essa mulher é, ao mesmo tempo, Maria, a Mãe do Salvador, e também a Igreja, que gera Cristo no mundo. O dragão, que representa as forças malignas, as dificuldades, as várias “regiões montanhosas” da vida tenta devorar o Filho, mas não consegue. A vitória, em Deus, é garantida! Quando nos apressamos em provar da graça e do amor de Deus em nossa vida, nosso coração se enche de gratidão, como o de Maria, a ponto de exclamar um cântico de exultação, o Magnificat: “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o seu nome” (Lc 1,49).

Quantas são as maravilhas realizadas pelo Senhor em nós! O Magnificat também é uma oração de confiança no agir misterioso de Deus. Maria não sabia todos os detalhes do que viria, mas sabia em quem confiava. Trata-se, pois, de viver com fé e esperança nas maravilhas do Senhor para nós.

Sendo assim, quando olhamos para esta liturgia e esta solenidade que celebramos, nos perguntemos: Por que Maria foi assunta aos céus? A resposta só pode ser: para nos mostrar o caminho. Ora, A Virgem Maria já participa plenamente da vitória de Cristo sobre a morte e, por isso, foi elevada de corpo e alma à glória eterna. Nela se cumpre a promessa feita para nós: também seremos chamados à vida eterna, se permanecermos unidos a Cristo.

Enfim, pelo relato da visitação que hoje ouvimos, Maria levou Jesus pelos caminhos da terra. Na assunção, é Jesus quem leva a sua mãe, pelos caminhos celestes, para uma Visitação definitiva! É este mistério que hoje celebramos. Portanto, confiemo-nos, com auxílio de Maria Santíssima, ao projeto de Deus em nossa vida, na certeza de levar Cristo aos irmãos e irmãs necessitados.

Assim seja. Amém!

 

Luis Gustavo da Silva Joaquim

Seminarista na Diocese de Jaboticabal/SP.

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