1º DOMINGO DO ADVENTO | Ano A
Is 2,1-5 | Sl
121(122),1-2.4-5.6-7.8-9 (R. cf. 1) | Rm 13,11-14a | Mt 24,37-44
Ficai atentos e preparados!
Começamos, com a liturgia
deste fim de semana, um novo Ano Litúrgico. Neste tempo (ciclo do ano A) somos
guiados principalmente pelo Evangelho de São Mateus. Além do mais, é marcado
pela dupla dinâmica da espera cristã: recordamos a primeira vinda de Cristo, na
humildade da carne (Encarnação), e preparamos o coração para a sua vinda
gloriosa no fim dos tempos (Parusia). Por isso, as primeiras semanas do Advento
têm um tom escatológico, convidando-nos à vigilância, ao discernimento e à
esperança ativa; já nos dois últimos domingos que antecedem do Natal, voltamos
o olhar para contemplar a promessa do Messias nascido da Virgem Maria.
Jesus é o Emanuel, isto
é, “Deus conosco”, que ajuda-nos a viver este tempo como um caminho de luz,
vigilância amorosa e esperança firme. Neste Primeiro Domingo, o Advento se abre
com um forte chamado: “Vigiai!” (Mt 24,42). Não é um alerta de medo, mas um
despertar para a vida. Este tempo litúrgico é um forte convite para a esperança
vigilante.
A profecia de Isaías,
na primeira leitura, tem um verbo fundamental: “Vinde, caminhemos à luz do
Senhor!”. O Advento é um tempo de movimento interior, por isso que,
simbolicamente, acendemos a coroa. Trata-se de um caminho existencial que
percorremos na vida para o encontro com o Senhor que, constantemente, vem até
nós.
Neste movimento
interior, que é a nossa própria vida, Jesus, no Evangelho, nos recorda o
episódio de Noé: a rotina da vida, isto é, comer, beber, casar-se, não é
condenada; o problema está em viver distraído, sem perceber a presença de Deus
na história. Quantas vezes deixamos a graça de Deus passar em nossa vida
simplesmente porque não somos capazes de compreender a sua presença nas coisas
mais simples?
Irmãos e irmãs, o
Senhor virá como um ladrão, mas não porque deseja nos surpreender de modo
negativo, e sim, porque o amor visita discretamente. O ordinário da vida é
lugar privilegiado da manifestação do amor de Deus por nós. A vigilância,
então, não é medo: é atenção amorosa, é viver acordado para Deus que passa.
Afinal de contas, um cristão que vigia é alguém que habita o tempo com
esperança!
As duas cenas que Jesus
descreve (dois homens no campo e duas mulheres moendo) também são situações
absolutamente comuns no contexto de Israel do primeiro século. Ora, em outras
palavras, Deus não nos visita apenas nos momentos extraordinários, mas naquilo
que é ordinário e repetitivo. Portanto, a distinção do Evangelho sobre aquele
que “é levado” e o que “fica” não depende da atividade, mas da postura interior
de acolhida, amor e vigilância.
Que este tempo do
Advento renove em nós a capacidade de perceber a presença de Deus que se revela
no cotidiano. Que a vigilância evangélica abra nossos olhos para o mistério que
acontece nas pequenas coisas e desperte nossos corações para acolher o Senhor
que vem. Caminhemos à luz do Senhor, firmes na esperança, atentos ao seu amor e
disponíveis para sua graça. Assim, preparados e confiantes, viveremos não
apenas a espera do Natal, mas toda a vida como encontro contínuo com o Emanuel,
Deus conosco.
Assim seja. Amém!
Luis Gustavo da Silva Joaquim
Seminarista na Diocese de Jaboticabal/SP.

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