SANTA MARIA, MÃE DE DEUS | Reflexão

 

SANTA MARIA, MÃE DE DEUS, Solenidade | Ano A

Nm 6,22-27 | Sl 66(67),2-3.5.6.8 (R. 2a) | Gl 4,4-7 | Lc 2,16-21

 

Amados irmãos e irmãs, abre-se, diante de nós, um ano novo no calendário! São novas oportunidades para aproveitar os dons que Deus nos presenteia a cada amanhecer. Abre-se, diante de nós, uma grande oportunidade, um grande recomeço. A questão, portanto, é: como nós lidamos com este fim dar de um ano e recomeço de outro? São, basicamente, três modos possíveis:

O primeiro modo de lidar com esta virada de ano é não se perguntar nada. É o tipo de pessoa que já não faz mais planos, projetos, metas; não tem mais sonhos e expectativas para o ano novo que se inicia. Essa atitude é triste, pois, a vida sendo tão valiosa, não pode ser vivida de qualquer jeito. O segundo modo, que é bom, mas ainda insuficiente, é a atitude de quem se pergunta “o que eu posso fazer para ser melhor?”. Trata-se de uma pergunta importante e necessária, pois ela reconhece uma possibilidade de melhora, de crescimento, de transformação.

O terceiro modo, no entanto, é o ideal para todo cristão: diante dessa oportunidade bonita de um novo ano, é perguntar-se: “O que Deus quer de mim? Quais os sonhos de Deus para mim?”. Amados irmãos e irmãs, precisamos sonhar os sonhos de Deus para 2026. Este é o ideal da atitude cristã porque nos abre para o mistério, para o inesperado, para os presentes de Deus.

Afinal de conta, se é um mistério, exige de nós uma busca, uma procura, de modo que, quando nos perguntamos “o que Deus quer de mim em 2026?”, nos desinstalamos de nossos comodismos e nos colocamos em movimento. Se quisermos sonhar os sonhos de Deus precisamos, em primeiro lugar, buscar a Deus, ir ao encontro dele, como aqueles pastores do Evangelho, que foram às pressas (Lc 2,16). Tenhamos pressa das coisas de Deus!

Como ouvimos, os pastores encontraram o menino na gruta de Belém. Para que nós sonhemos os sonhos de Deus nesse ano novo, mais que buscar a Deus, precisamos encontrá-lo. E uma vez encontrando, somos convidamos a ser transformados por ele, assim como os pastores que voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido (Lc 2,20).

Não podemos mais começar um ano novo com velhas atitudes ou com os mesmos vícios. O calendário, no papel, de um ano para o outro é muito parecido; o que muda, no entanto, são as atitudes novas, sentimentos novos, virtudes novas. Aprendamos a contar as maravilhas que o Senhor fez e faz em nossa vida. Os pastores não guardam a experiência para si justamente porque quem encontra Cristo não pode permanecer mudo. Os primeiros evangelizadores não são doutores da Lei nem autoridades religiosas, mas trabalhadores simples. Isso mostra que a missão nasce da experiência, não do título. O anúncio cristão brota do encontro, não da teoria!

Enfim, neste primeiro dia do ano civil e também “Dia Mundial da Paz”, celebramos a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. É bonito recordar que a oração mariana mais antiga da Igreja é aquela: “à vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus...”. Desde os apóstolos e primeiros cristãos, diz a tradição, Maria já era chamada de “mãe”.  Na gruta de Belém, encontrada pelos pastores, está Maria, silenciosa, recolhida, guardando tudo no coração. Ela não fala muito, não explica, não controla; ela contempla. No primeiro dia do ano a Igreja nos entrega Maria como mestra do recomeço: ela guarda, porque sabe que Deus age no tempo, mesmo quando não entendemos tudo.

Que Maria, Mãe de Deus e nossa, interceda por nós, e por nosso ano de 2026! Que possamos sonhar os sonhos de Deus: “O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!” (Nm 6,24-26).

Assim seja. Amém!

 

Luis Gustavo da Silva Joaquim

Seminarista na Diocese de Jaboticabal/SP.

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