Santíssima Trindade | Reflexão

 

PARA CELEBRAR A SANTÍSSIMA TRINDADE

Luis Gustavo da Silva Joaquim



 

INTRODUÇÃO:

Frequentemente traçamos sobre nós o sinal da cruz. Juntamente com este gesto, pronunciamos as palavras: “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Mas o que isso significa? Assim, proponho este pequeno roteiro de meditação e oração para que produzamos bons frutos nesta solenidade da Santíssima Trindade. Melhor conhecer para melhor amar; melhor amar para melhor servir.

“Em tudo amar e servir”

 

CONTEXTUALIZAÇÃO:

No início da Igreja, nos primeiros séculos da era comum, houve muito conflito entre os cristãos acerca da divindade e humanidade de Jesus, bem como qual seria o papel do Espírito Santo. Das várias discussões teológicas, surgiu, enfim, o dogma da Igreja nos concílios de Niceia (325) e Constantinopla (381) que definem o que professamos até hoje no credo: A Trindade é una, ou seja, não são três deuses, mas um só Deus em três Pessoas, sendo cada uma das três Pessoas da mesma substância (consubstanciais). Desse modo, as pessoas divinas são distintas entre si. Portanto, é esta a nossa fé! A Solenidade da Santíssima Trindade foi inserida no domingo depois de Pentecostes pelo Papa João XXII (1316–1334).

 

LEITURAS:

Dt 4,32-34.39-40

Sl 32(33),4-5.6.9.18-19.20.22 (R. 12b)

Rm 8,14-17

Mt 28,16-20

 

MEDITAÇÃO:

“ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28, 19)

 

Ninguém vive sozinho. Nem mesmo Deus!

Partindo deste princípio temos uma possível forma de compreensão do mistério celebrado nesta solenidade: A Santíssima Trindade. Dizemos ser mistério porque é algo tão profundo que a capacidade humana não pode suportar em sua totalidade. Todavia, não é misterioso porque Deus não se esconde, mas ao contrário, se revelou a nós em Jesus Cristo.

Assim, a pergunta fundamental é: Quem é Deus? Ora, Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. São três pessoas em uma mesma divindade. Pessoas distintas pois cada um tem sua função: o Pai cria, o Filho redime e o Espírito santifica. Mas ao mesmo tempo são da mesma natureza, isto é, o único e mesmo Deus.

Esta questão da Trindade não se resume a uma soma matemática, pois, se somamos uma coisa + uma coisa + uma coisa, resultam em três coisas. Mas com a Trindade não é assim, pois nela nada se soma ou se subtrai. Estamos diante de outra lógica, a de Deus. Nela, as relações se entrelaçam e se incluem, constituindo uma unidade, assim como, de modo análogo, na "trindade humana" não há pai e mãe sem filho ou filho sem pai e mãe: “no princípio está a comunhão dos Três e não a solidão do Uno” (Leonardo Boff).

Portanto, a Trindade é comunidade de amor. Se a recebemos no batismo, nossa meta de vida não pode ser viver egoisticamente, mas em constante abertura ao outro como é também a vida interna de Deus, isto é, da Trindade.

Se Deus é amor (1Jo 4, 8), uma forma análoga de começar a entender a Trindade é esta: o Pai é quem ama, o Filho é o amado e o Espírito é o próprio amor que une os três. Sejamos, pois, pessoas de relação, comunhão e fraternidade.

 

CONCLUSÃO:

O Pai é o criador, o Filho é o redentor e o Espírito é o santificador. O mesmo Deus, mas em três pessoas distintas. Parece até difícil compreender racionalmente, e de fato o é! No entanto, quando nos faltam razões para crer, resta-nos a fé. Somente com os olhos da fé enxergamos o Deus uno e trino capaz de inundar o nosso ser e habitar a nossa vida.

 

ORAÇÃO:

Ó Trindade Santa, vós que sois fonte de unidade, comunhão e amor, fazei com que sejamos homens e mulheres abertos ao diálogo, à fraternidade e à mansidão. Transformai o nosso coração fechado em morada da vossa ternura divina. Que sejamos mais para os demais assim como vós fostes, sois e sereis por cada um de nós em vossa eterna relação de amor.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Amém!

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