18º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Ano B
Ex 16,2-4.12-15 | Sl 77(78),3.4bc.23-24.25.54 (R. 24b) | Ef 4,17.20-24 | Jo 6,24-35
Queridos irmãos e irmãs, continuamos a
ouvir o “discurso do Pão da Vida”, no capítulo 6 do evangelista São João.
Trata-se de uma verdadeira riqueza espiritual para a nossa vida!
Na primeira leitura, temos a recordação
do povo recém libertado à antiga vida que, embora escravos, sentavam-se ao pé
de panelas de carne e comiam pão com fartura (Ex 16, 3). Esta recordação do
povo, de como viviam, expressa a nossa tendência ao comodismo, mas também a
nossa falta de compreensão mediante as dificuldades do caminho, porque somos
pessoas materialistas. Contudo, vemos um Deus que ouve as murmurações do seu
povo, tanto que oferece o maná como um alimento provisório para o povo que
caminhava no deserto. Era um pão descido do céu, mas ainda não era “O PÃO
DESCIDO DO CÉU”. O fato é que, Deus saciou a fome provisória dos seus filhos,
mas com a promessa de uma saciedade definitiva, que é o Reino dos Céus. No
entanto, assim como o maná, nada nesta vida terrena nos sacia como os dons da
vida eterna que nos aguarda.
O contexto do evangelho, evidentemente,
é a continuação da liturgia da semana passada: depois do milagre da
multiplicação dos pães e peixes partilhados pelo menino, Jesus retirou-se,
sozinho, para o monte (Jo 6, 15). Assim, no dia seguinte, os discípulos
procuraram por seu mestre e o encontraram em Cafarnaum. Aparentemente é bonito que
muitos procurem por Jesus, contudo, o buscaram pelas motivações erradas: o
próprio Jesus adverte “estais me procurando não porque vistes sinais, mas
porque comestes pão e ficastes satisfeitos” (Jo 6, 26). É verdade que Jesus
realiza milagres e sinais prodigiosos, mas não foi somente para isso que ele
veio, e sim, para anunciar a vida eterna. Também em nossa existência, não
podemos ir ao encontro de Jesus por motivações egoístas. Não podemos tratar
Jesus e seu Evangelho como um mercado, em que aceito o que me convém e rejeito
o que me desagrada. Tomemos uma postura radical de seguimento a Cristo! Perguntemo-nos:
o que, hoje, procuramos na Igreja, na comunidade paroquial? Será que são os
cargos, os benefícios ou a nossa salvação?!
Somos convidados pelo apóstolo Paulo, na
segunda leitura, a nos revestirmos da nova humanidade, isto é, precisamos ser
pessoas novas em Cristo Jesus. Deixemos as paixões enganadoras para vivermos a
“verdadeira justiça e santidade” (Ef 4, 24). Nesse sentido, a proposta de Jesus
é de acreditar naquele que Deus enviou e seu o projeto do Reino de Deus (Jo 6, 29);
em outras palavras, é preciso acolher o ensinamento do dia anterior: a
generosidade e a partilha. Não se apegar ao maná, puramente material, mas
acolher o Pão da vida eterna, que é Jesus.
Ora, “o homem é mendigo de Deus”, dizia
Santo Agostinho. Nesta convicção, precisamos ser saciados com o Pão da
eternidade. Precisamos ter coragem de afirmar sempre mais como o salmista: “O
Senhor deu a comer o pão do céu”. Jesus já vem ao nosso encontro, agora,
precisamos nos deixar também ser encontrados para que sejamos saciados. Comer é
identificar-se; é participar do mesmo projeto de amor.
Enfim, nesta memória omitida de São João
Maria Vianney, rezemos pelos presbíteros e por todas as vocações sacerdotais na
Igreja: “Enviai, Senhor, operários para a vossa messe; pois a messe é grande e
poucos são os operários”. Amém!
Luis Gustavo da Silva Joaquim
Seminarista
da Diocese de Jaboticabal/SP.
Amém!
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